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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Aquela estação



Abro os olhos e vejo o mesmo, como se o tempo não realizasse o milagre da vida
Vejo você e percebo que ao meu redor pouca coisa mudou
O seu sorriso, o meu apresso, uma vida não seria bastante para tudo isso
Como se tudo tivesse ficado no mesmo lugar
Como o telefone que toca sozinho
As manias, as falésias, as batidas das ondas do mar não furassem as pedras
Percebo no desenho da tua mão que quase nada mudou
Pisamos no amor e partimos ele em dois, e no espaço desse vazio sobraram tantos outros “ais”, tantos outros “quais” que submergimos
Ninguém mais sorriu daquele jeito debochado como nós
Guardamos letras, canções, gargalhadas e lágrimas, isso tudo que ofertamos ao mundo de conta gotas
 Meu copo sempre esteve metade cheio que nem cheguei a perceber o quanto o seu sempre gotejou para os lados
O trem das nossas vidas parece andar mas na verdade está parado na mesma estação aguardando um aceno, um adeus
A janela lateral, que dá bem para a frente do fundo dos teus olhos, me lembra que eu não posso chorar
Fatídica posição dessa janela
Paro, respiro e me pergunto...
Quantas perguntas tortas e respostas vazias irão nos explicar (?)
Você não passa
Você sempre volta
Você nunca foi


Roberta Moura