Sei que é amor quando compartilho o chulé depois de um dia de trabalho
Sei que é amor quando o coração sente a falta depois de um simples “Tchau”
Sei que é amor quando penso em dividir com ele os filhos que terei
Quando não há uma escolha, mas uma cominação de destinos
Quando acho bonito o olho inchado de quem acaba de acordar do meu lado
Quando me reconheço nas belas letras das músicas de Chico Buarque
Sei que é amor quando sofro com a ausência, quando preciso viver a distância, quando volto para casa por merecer
Sei que é amor quando me recolho no silêncio, quando falo baixinho para ele aparecer
Sei que é amor quando reconheço a voz de longe, quando não basta o telefone, quando tenho o meu melhor a oferecer
Quando não enxergo mais nada, quando qualquer outra coisa torna-se página virada, quando o começo é o que temos para viver
Quando a busca se acaba, quando o par é a palavra, quando rompo o descanso e acordo na madrugada, só para observar você
Quando o tudo mais é passageiro, quando nos meus planos cabe o mundo inteiro, quando o pouco que tenho torna-se tudo o que nós precisamos para viver
Sei que é amor quando consigo juntar e rimar bola com cola, e fica bonito, quando o não que eu já tenho tenta encontrar o sim
Sei que é amor quando consigo enxergar em grupo, quando delibero algo que vale para além de mim
Sei que é amor quando não se arrisca, quando não duvida, quando não perde um dia se quer para a desilusão
Quando cantamos juntos, quando não ando só, quando o amor chega de mansinho e aperta o nó
Quando não nos separamos para viver as mais simples e belas experiências, quando nos permitimos errar, quando abortamos as coincidências
Quando vivemos sem ter que provar nada, quando o sorriso é a porta de entrada, quando não sinto medo algum do que possa aconteer
Nada sei alem de breves rimas que o amor faz brotar no meu peito para me socorrer
Roberta Moura