Tela de Flávio Tavares - Artista Paraibano |
Todo poeta é burro e despreza sua própria dor
Todo poeta é sábio e confessa a sua insólita
inclinação
Todo poeta é fraco o suficiente para suportar o
desamor
Todo poeta é lúdico ao máximo para “simbiosiar” a
imaginário da sua paixão
Todo poeta é um risco na imensidão do desenho que
Deus começou
Todo poeta é frágil, quebra com o sopro do vento de
quem vira o rosto
Todo poeta é completo para suportar a dor da
solidão que lhe é reflexo
Todo poeta é tempo, começa e termina o que nem
começou
Todo poeta é isso, é aquilo, é o que sempre
planejou
Todo poeta é todo, metade cheio de um copo vazio,
otimista no desagrado
Todo poeta é esquecido para que perdoe as mentiras
do seu provedor
Todo poeta não tem vida, tem aspiração
Todo poeta não tem sangue correndo nas veias, tem uma fonte de esperança no lugar onde seria o coração
Todo poeta é benevolente e possui em se ares de
criador
Todo poeta é imortal, pois o seu legado só tem início e entrega, nunca termo pontual
Todo poeta é barato, se troca por meia dúzia de letras, lhe usam e não recebem paga no final
Todo poeta é corajoso, realiza o espetáculo independente de plateia, porque não é o aplauso que lhe alimenta, mas a necessidade de se expressar
Todo poeta é nada sem a loucura palpitante que lhe
alimentada pelo amor
Somos todos poetas nessas terras de Meu Deus, cada um à sua maneira de dizer o que é seu
Uns com maior ignorância no ato de chamar para si, outros com maior tolerância na hora que é preciso agir
Repartir o pão que não é nosso é fácil de fracionar, difícil é ter fita métrica em casa, quando deve partir de nós o ato de doar
Mas, no fundo, no fundo, agente só dá o que tem...
...e quem é locou de querer o que é de outro alguém?
Quase todos na prática, e na vida real quase ninguém
Acho melhor para por aqui antes que tentem tomar o que é meu também
Roberta Moura