Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Teatro do Poeta que é Você Também

Tela de Flávio Tavares - Artista Paraibano


Todo poeta é burro e despreza sua própria dor
Todo poeta é sábio e confessa a sua insólita inclinação
Todo poeta é fraco o suficiente para suportar o desamor
Todo poeta é lúdico ao máximo para “simbiosiar” a imaginário da sua paixão
Todo poeta é um risco na imensidão do desenho que Deus começou
Todo poeta é frágil, quebra com o sopro do vento de quem vira o rosto
Todo poeta é completo para suportar a dor da solidão que lhe é reflexo
Todo poeta é tempo, começa e termina o que nem começou
Todo poeta é isso, é aquilo, é o que sempre planejou
Todo poeta é todo, metade cheio de um copo vazio, otimista no desagrado
Todo poeta é esquecido para que perdoe as mentiras do seu provedor
Todo poeta não tem vida, tem aspiração 
Todo poeta não tem sangue correndo nas veias, tem uma fonte de esperança no lugar onde seria o coração
Todo poeta é benevolente e possui em se ares de criador 
Todo poeta é imortal, pois o seu legado só tem início e entrega, nunca termo pontual
Todo poeta é barato, se troca por meia dúzia de letras, lhe usam e não recebem paga no final
Todo poeta é corajoso, realiza o espetáculo independente de plateia, porque não é o aplauso que lhe alimenta, mas a necessidade de se expressar
Todo poeta é nada sem a loucura palpitante que lhe alimentada pelo amor
Somos todos poetas nessas terras de Meu Deus, cada um à sua maneira de dizer o que é seu
Uns com maior ignorância no ato de chamar para si, outros com maior tolerância na hora que é preciso agir
Repartir o pão que não é nosso é fácil de fracionar, difícil é ter fita métrica em casa, quando deve partir de nós o ato de doar
Mas, no fundo, no fundo, agente só dá o que tem...
...e quem é locou de querer o que é de outro alguém?
Quase todos na prática, e na vida real quase ninguém
Acho melhor para por aqui antes que tentem tomar o que é meu também

Roberta Moura


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Ao Meu Irmão




A teoria da conspiração de nada teria valia se fosse totalmente verdade ou totalmente mentira
Se a conspiração deixa-se ser conceituada e os segredos fossem dirimidos, se as interferências humanas no cosmo fossem descoberta, nada nessa vida teria mais sentido
Pobre coitada seria a conspiração, filha da curiosidade e da imaginação
Se ela soubesse o que finge saber fazer já teria feito muita coisa, já teria encontrado o que eu vim aqui esclarecer
Se as lacunas fossem conceituadas e os mistérios expostos no ar, elas não teriam mais sentidos, nem conluio teriam para morar
Seria tudo na base do conceito e girar a pedra que moe o mundo seria para qualquer um e não para um determinado rapaz que busca parir suas ideias
O parto que a terra não lhe deu por sua natureza lunar deve ser alcançado no vislumbre dos seus olhos, permita-se enxergar
Sem máscaras, sem preconceito, despido da sua ignorância natural
Abra a camisa e o Chakra mais inflamado, pois tudo que é dor um dia vai passar


Roberta Moura



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Partir, andar




O seu amor que não sou eu não é seu, nunca será
Tantos dias eu levei pra contar, conto as contas no mar, as contas do terço que custam acabar
Recorte de história, serviu de nada, sem ingresso, sem acesso, sem ter coisa nova pra contar
Pensei em te contar e arriscar o que era eu, era só, só foi e ficou de novo, só eu fui  embora, para não mais voltar
Distraída e traída, colori com tintas bélicas o seu retrato, retardo falido da minha memória, vitória que aguardei mas não vi chegar
Solidão, dívida externa e passos lentos no funeral dos meus sonhos, tudo me leva ao caos que se instalou do lado de cá
Sou mais nada, não volta a palavra gasta e cuspida no ar
Volta à testa a saliva que foi pra cima, volta pra casa o filho derrotado e o gasto solado da sua sandália
Fica frio o peixe fora d’água, morre sozinho nas mãos de um estranho que lhe tirou do ninho, morre sem conhecer direito o seu inimigo, o seu vilão preferido
Tatuagem de renna, de símbolos, animais, só marcam o que se foi, serve para lembrar, e eu, que tenho essa memória elefântica, sou fadada a viver dessa história que tento esquecer, perdida no espaço, sem ter onde chegar
Rio de pedrinhas brilhantes, a luz do luar parece piorar tudo, inflamar essa tal dessa saudade
As unhas que pintei em sua homenagem foram ruídas, as máscaras que usamos no nosso carnaval foram doadas, nada mais nos une nessa palhaçada
Quando a confiança partiu levou com ela a certeza de toda verdade investida, toda a minha cara amassada de tanto te apreciar
Foi-se tudo embora, e com uma foice amolada cortou os pulsos dessa ex apaixonada
Deixou, correu o sangue colorido pela sala, foi-se as cores de abril, as águas de março, as tardes ensolaradas, a solidez da ingenuidade
Partiu para o infinito o pedaço esperançoso da minha alma

Roberta Moura  


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

É Preciso Respirar


 

É preciso respirar fundo
Para permitir que se vá e não cause mais dor
Para engolir o choro e a falta de amor
Para fazer rir sem me fazer lagrimar
Para calar o sentido e magoar ainda mais com o que se tem para falar
É preciso respirar fundo, para fazer parar
Para disfarçar o choro de madrugada
Para tirar com a força a mancha na roupa derrotada
Para chamar atenção contra coisa errada
Para alcançar
É preciso respirar sem pensar
Na hora do sim, no “volta pra mim”, no beijo roubado da namorada
No atraso com hora marcada
No pestanejar da timidez, no soluço da embriaguês
No calor do desejo, no abraçar
É preciso respirar fundo para não acordar
Quando o colo é o melhor consolo
Quando o sonho bom se repete e é mais válido que qualquer esporro
Quando se sabe a verdade e por amor não se quer enxergar
Quando se ama com tamanha força e submerge para o outro não se afogar
É preciso respirar direito
Quando a dor te toma por um corte
Quando se precisa muito mais de cuidados que de sorte
Quando a ignorância é tamanha, ainda maior que a cegueira e não se sabe interpretar
É preciso respirar compassadamente
Esperando esse futuro incerto e duradouro
Calçando o pé direito do meu castelo com as pedras trazidas por cada estorvo
Para construir sonhos que te caibam
É preciso respirar em silêncio
Quando tudo vai ao chão
Quando a desculpa é mais requerida do que se possa produzir o perdão
Quando se descobre que lutara na guerra por um estado que não é nação
Quando se dá o que se tem e, por escambo, de refém, fazem teu coração

Roberta Moura


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Hoje tem palhaçada?





Hoje tem palhaçada? Tem sim sinhôor!
Hoje tem marmelada? Tem não sinhôor!

Porque se não tiver marmelada para se falar sobre a política do Vale do Mamanguape vamos falar desses "Palhaços do EJC"

Tenha a Santa Paciência!!!

O EJC está no cerne dos corações, dessa moçada que é vida, que é barulho, que é diversão
Todos motivados pela mais pura emoção de Servir a Deus, cada um do seu jeito, com suas limitações, na medida das suas condições, de seus acertos e defeitos
O EJC não é um grupo, é uma família, é uma entidade merecedora do mais profundo respeito
Se não tem o que falar, fale do amor que nunca teve, fale da carência de assunto, mas não mexa com esses corações repletos de amor, que se encontram numa charanga, na amizade verdadeira, na oração, na brincadeira, no sol apino de um pedágio, na condição humana de levantar após os percalços
Errou feio moço desconhecido, quis ser notado, acabou desmerecido
Acertou onde não devia, nos corações de centenas de jovens acometidos de paixão por essa unidade
Coisa que você jamais entenderia 
Foram palhaços que vestiram seus narizes de vermelho e saíram as ruas nas diretas para reivindicar direitos como o que erroneamente utilizas, direito de falar de se expressar
Foram palhaços como aqueles que, defendendo o ideal constitucionista, gritaram bem alto no Impeachment, na esperança de alguém escutar 
Só defendemos o nosso ideal seu moço, espero que você tenha um também pelo qual possa lutar, e que junto aos seus possa acrescentar
Para ser palhaço aqui tem que saber respeitar!
Tem que ter amigos de verdade, ter com quem contar, tem que saber quanto custa o valor de uma lágrima, tem que saber chorar
Tem que lavar banheiro sujo, aprender a servir, a receber, a limpar, tem que aprender a pedir e a doar
Sou palhaça pela Graça
Tenho mais Graça que se possa imaginar
A nossa bagunça é Santa! 
Coisa que cabeças limitadas não conseguem imaginar!
Não conseguem unir juventude e santidade, gratidão e boa vontade
Sou filha de Deus e por ele me encontrei nesse conjunto, sou mais de Deus que do mundo
A nossa alegria está na força que vem do alto, inexplicável, eterna, incompreendida, injustiçada por pessoas limitadas, nada espertas

Tenho orgulho do que sou 
Sou EJC até quando Deus na sua casa me chamar, até enquanto puder viver

Oramos por você! 

Roberta Moura




segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não nos sirva a ninguém, dê à ingenuidade adeus



Quando as palavras te faltarem e a música calar as sílabas, deixe falar a voz do coração
Quando um olhar te trazer a calma, como o único sentimento que invade duas almas, permita que essa paz tome conta da sua pequena imensidão
Permita-se, por um sorriso, uma luz, ou um par de olhos que te guie para fora da escuridão
Quando perceber que sua vida pertence a um contexto duplo, a uma outra dimensão, deixe o espaço ocupar o teu cansaço e entregue-se a essa emoção
Faz como se fosse sempre para você, tudo nesse seu jeito estúpido de ser
Faz para nós, como se não houvesse amanhã, como se ouvisse o ecoar daquela trombeta, que te quebra a testa com uma ruga atravessada, a surpresa que te toma de assalto, que te rouba a cor no ato, que te faz enrubescer  
Faz sem temer maiores surpresas, faz por mim, faz você
Quem nunca temeu que atire a primeira pedra, quem continua temendo uma tijolada no meio da fuça
Amor não se paga, não se pede, se oferece, com respeito se recebe, com dignidade é o mínimo que se pode fazer
O ínfimo que se espera é decência, porque é o condão que se deve vivenciar com quem se propõe a essa experiência
Ter quem te ofereça, quem te guarde para viver essa temporária eternidade, é um prêmio e um castigo, duas caras, duas vontades
Nem todos merecem o amor, nem todos merecem a dor
A alegria e a realidade, duas caras da mesma moeda, um fleche que segue a luz, ou a luz que na escuridão não se sente à vontade
Tem que se ter para dar
Tem que se ter para receber
Como o rio que segue caudalosamente para o mar, como eu corriqueiramente me dirijo a você
Tem que se querer para persevera, tem que se redimir para merecer
Faz sobra para os meus pensamentos, colha o vazio desse momento, o que se planta aqui e o que amanhã vai te apetecer
Não tenho o tempo nas mãos, não tenho tempo para perder, invisto cada segundo dessa imensidão nos braços de quem quer me receber
O respeito tem me ensinado um bocado sobre a vida, ainda tenho muita coisa para aprender
Mais tarde poderemos ficar a vontade, conversarmos novamente sobre a mocidade
O que foi feito não se apaga, nem mesmo uma planta roga a cura da paga por uma folha quebrada
Sou uma outra pessoa depois de cada queda, mais vivida, menos esperta, e que tem tantas outras coisas para aprender
Continuo acreditando nas pessoas, não me canso de pedir e de dar o meu perdão
Só não me peça para voltar ao nada, já caminhei tempo de mais sozinha para perpetrar nesse vão o não sei o que
Sei que o tempo não muda as pessoas, e que a essência vai se tonificando com o tempo
O nosso perfume é coisa rara, entretanto não retira determinados odores
Embora tentemos, embora arrisquemos, jamais concertaremos ou converteremos alguns pastores
Brincar de deus é um exagero, e também um sinal ridículo e claro de desespero de quem está sempre pronto para atacar, mas não sabe, nem mesmo busca encontrar o seu lugar   
Falar sobre falhas na escolha é exemplo clássico de quem não levanta da poltrona da sala para buscar seu próprio jantar
Somos todos responsáveis por nossos atos, por nossos pensamentos, por nossas faltas e na linha que divide a minha vida e a sua ninguém poderá colocar as patas
Tantas vezes eu fui mocinha, noutras, porém, fui bandida, mas sempre houve um meio termo que nunca ousei ultrapassar, o respeito é a medida
Respeito demais os meus inimigos para ser covarde com eles, ganho por meios “lícitos”
Se assim não fosse, estaria desmerecendo a briga e consequentemente minha vitória
Atrevo-me a dizer as verdades que me convém, e também a escutar as mentiras até onde me forem úteis
Conto com o dia de amanhã para me esclarecer o que me parece vitimar, aguardo como um vigia atendo a noite que corta o meu lamento, na certeza que o novo dia trará, com sua claridade, as respostas que sustenta me flutuar
Tantas vezes errei por acreditar demais, tantas vezes me atrasei dando passos para trás, busquei concertar, sem saber que o que não tem remédio,  remediado está
A cara da realidade não era a mesma que eu costumava pintar
Borrei o desenho, apaguei e arrisquei recomeçar
Descobri que retrato borrado não se reconstrói, fugiu a figura da minha mente, dolorosamente se autodestrói  
Perseguirei o meu coração na contramão dessa cansativa realidade, onde uns podem mais que outros, onde o que mais se valoriza é a aparência e a inverdade
Continuarei carregando a cruz que me cabe, descobrindo amor em alguns e em outros o tamanho da sua falsidade
Falarei do sol, o calor, do mar, do carinho e um punhado de um tanto de outras coisas que me cabem explicitar o seu valor
Terei como abre alas da minha jornada o amor, que tem me ensinado cotidianamente os diversos ângulos da sua aplicação
Que tem me conquistado lentamente, como pode, como aceita, como suporta viver no meu coração

Roberta Moura


quinta-feira, 17 de maio de 2012

TentAção




Tudo normal!
Tudo novamente sem igual
Ela passa pela rua esperando arrancar suspiros
Ele jura encher a casa de alegria, vivendo a sua mais excêntrica fantasia
Ele veste a roupa do super herói, tira foto, posta na internet
Que revolução, ter um mundo inteiro para se exibir, na palma da sua mão
Vai, causa novamente
Jura que procura o maior frenesi
Deita na sua cama a noite, vazia
Sunga o intuito de quem te quer bem, como se obrigação fosse
Amor por retribuição, que lástima, se cômico não denotasse
Quase nada, quase tudo
Uma simples questão de quase
Que não gera nada, que não produz
O quase é o máximo que consigo de coisas que eu não fui
Se estivesse, se fizesse, eu faria
Faria nada, como não fez até agora
De longe, percebemos, eu e você, que seria muito pior
Por isso não tenta, foge da frustração própria
De quem só critica os outros e de quem nunca arrisca
Do que vale esse singelo blog ter de 1 a 100.000 acessos
E, o que importa?
Para mim nada
O populismo não me consome, nem de longe
Sou de poucos, para poucos, sou uma só e o que vier é lucro
Não sou para os certos, nem tampouco para os incertos
Sou para mim, sou assim
O que interessa é o resultado provocado em apenas um
Um ser, o ser
As vezes prefiro não ser eu
É assim que se pensa as vezes, nesse plano de misérias
Ser outro
Outro, parecido com você
Um ser qualquer, que me parece está entrelaçado em todas as redes sociais
Popularidade meu caro, desses que dizem não ter nada a esconder
Prego batido e ponta virada
Só não posso deixar que pensem que sou igual
As verdades publicadas possuem um quê de figura dramática
Mas, de longe não o é
O que eu quero que se pense de mim?
Maquiando o rego no rosto das minhas velhas verdades
É o que eu quero ser!
Mas, para mim nada vale a paga de uma vida corriqueira
É mentira demais para perder tempo
Olhando de perto ninguém é normal de fato
E essa tal da verdade assombra demais quem vive no inquieto encalço da assombração dos demais
Faz o seguinte, toma o teu posto
O de bandido, o de mocinho, o de vagabundo...
Enxuga o teu rosto, vela o teu querer
Sede de cara limpa, faça as suas escolhas
Escolha!
Seja por uma vez na vida aquilo que confiam ser você
Não me fale de dificuldades, de hipóteses, devoro-as todos os dias no almoço
As escolhas estão sendo feitas a todo instante, e que não fizer, pousar no instante não passará desse ponto
Continuará sendo o restante
O que ficou para trás, o que não segue a diante
Descredibilizado, sozinho, sem ninguém para ao menos critica-lo
Para os que tentam, o não é a certeza e o sim a vitória explícita no cotidiano
Mais vale o não tentado que a omissão refletida no silêncio da cama


Roberta Moura


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Particípio




Tenho andado tanto, trabalhado tanto
Tenho dado tanto trabalho, tenho amado
Tenho sentido um tanto, apanhado um bocado
Todos os dias os dias não são mais os mesmos
E essa noite no meio é um breve refúgio para o meu cansaço
Como tenho esgotado
Como tenho caminhado
Tenho calado o grito, suspirado o gemido, tenho reiniciado
Tenho levado tanto na cabeça
Tenho cabeceado
Tenho ganhado beijos, dado carinho, tenho sido mal acostumado
Tenho cansado, como tenho cansado
O peso da idade e todas aquelas coisas à mais tem me incomodado
Pouco tenho chorado
Pouco mesmo tenho chorado
Há muito perdi o tino do choro, o caminho do desaforo, do desabafo
Tenho encarado, batido e levado, tenho cavalgado
O tal do medo não cabe no meu repertório cotidiano
Não tenho tempo para essa canção, tenho o desafiado
Nem o arrependimento, esse coitado
Não tenho enchido a sua bola, tenho chutado
Não tenho tido espaço para me arrepender
Nem para voltar ao passado
Tenho peregrinado
Sim, tenho cumprido promessas, vivido devoção
Tenho lido o texto da minha mão, tenho me arriscado
A noite tem sido curta
Curto por alguns minutos o meu sofá, ele me tem acarinhado
Em pouco tempo me pego trabalhando a mente
Meu Deus, que demente!
Eu não tenho descansado!
Quanto eu tenho pensado!
Vou fazendo automaticamente tudo que está pendente
Tenho me automatizado
Há muito tempo não cabe nos meus dias reclamações carentes
Falta de amor, falta de gente, tudo isso foi jogado aos porcos
Nada me tem faltado
Tenho um tanto de dias para viver
Um "tantão assim" de coisas para fazer
Tenho me ocupado
As vezes me bate uma certa fadiga
Mas a correria não me permite esperar, tenho me apressado
As vezes as coisas parecem não valer tanto a pena
Mas não tenho tempo para pensar no que não vale, e nem mesmo nessa tal de pena
Tenho que construir, tenho o que fazer
Não posso me dar o luxo de perecer, de restar, de ficar no passado

Roberta Moura   


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Metade




Ser o que sou

Outro você
Sou metade de um todo
Sou o amor
Sou outro você
“Ser meador” é mais que ser meio
Ser parte
Ser metade e fazer parte de um inteiro
Não quero a outra metade da laranja
Não quero um “bago”
Quero ser parte desse pleno
Sou parte sua, és parte minha
Somos esse complexo simplificado
És o meu conjunto, a canção que toca o meu coração
Somos esse copo cheio, transbordando de emoção
Agente se aperta e cabe em qualquer lugar
Essa imensidão condensada e arrojada
Forte!
"Autoafirmada"!
Cheia de aspas!
Suficiente em pleno caos
Muito mais que o tudo isso, mais agudo que o nada mais!
Temos o tudo que se esconde nos nossos dias
Temos o que queremos
Na mão o destino que escolhemos
Sempre gritamos esse sim que nos persegue!
Ele é o que nós temos
Não me mande recados, não me fale de agonia
Pesa nas vértebras daqueles que te seguram a mão, a falta de decência, a covardia, a falta de visão
Sejamos mais que amigos, não positivemos em uma palavra o que se passa no nosso dia-a-dia
Sejamos mais que o silêncio, calemos quando nos nossos dias fomos visitados pela dor
Sobejaremos a existência e a diligência cortês desse malfadado amor
Façamos um trato, vistamos a mesma camisa
Juremos não jurar em vão, não pedir tanto perdão
Não fuçar ou forçar situação
Façamos um juramento, não deixemos um dia se quer no vazio da tristeza que possa frequentar o nosso coração
Sejamos um para o outro
Mais que um par
Mais que metade, sejamos a parte necessária do todo
Escrevamos a cada dia a nossa história, nossas percas e vitórias
Copiemos os acertos e apaguemos os erros
Certos que tudo melhora com a próxima aurora
Constituamos para o outro, prossigamos até o longínquo tempo do “vou embora”
Que ele não chegue nunca, que o nunca não bata na nossa porta
Que esse sim viva todo tempo
Tudo aquilo que somos, fomos e seremos a partir de ontem, até quando durar essa felicidade que me toma agora


Roberta Moura