Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

domingo, 31 de outubro de 2010

Sendo filho de quem é...

 

Quando crescer quero ser o que minha mãe quiser
Com certeza Advogado
Quero querer o que ela quer
Quero querer o que quiser
Nos dias mais difíceis passarei por despercebido, homem não chora
Nos de alegria espero que ela tenha orgulho de mim, sou um bode a procura de cabritas, cabras, outros bodes e tudo mais que puder comer
Se me arrepender de ter feito algo, não me arrependerei, ela sempre dará um jeito de me livrar do que pudera ser um arrependimento
Eu nunca errarei
Se minha irmã engravidar, ela casa, claro!
Em nada macularei minha profana casa, a perfeição satânica do meu lar, lá quase todos os dias o cão chupa manga!
Para isso estou sempre levando minhas irmãs à igreja, rezar é coisa de mulher
Nem mesmo no vacilo de conduta, na minha roupa sempre passada, nas minhas vontades sempre polidas, nem na pouca política que gravei por osmose terei opinião própria, e se as tiver, contarei para os mais sepulcrais amigos, e se vazar tal momento de fraqueza, negarei!
Foi assim que aprendi... é melhor um mentiroso macho que um fraco verdadeiro
Por falar em política, ela será tudo o que eu quiser que ela seja, foi assim que aprendi em casa, cambalacho não existe, ao menos que provem o contrário
O meu posicionamento político é o dela, e o dela é o que de mais vantajoso existir para nosso teto
Quando me formar, ela de tudo providenciará, um emprego, um carro, outro par de roupas passada
Essa será minha vida, ou a vida que ela quer que eu leve
Talvez eu consiga viver assim, ela sempre sabe o que é melhor para mim
Pelo menos é o que eu acho, pudera poder mudar uma coisa aqui, outra lá
Mas, quem sou eu para questioná-la?
Se nem mesmo eu sei quem sou?
Nunca precisei saber, nem pensar
Sou uma frase qualquer copiada para o "Orkut", do "Face", do "TT", sou o filho da minha mãe
E ela sabe o que faz

Constituinte



Versos secos de um constituinte, mais cansaço que revolta
Cavalga a boiada mansa para o dia do seu sufrágio
Frágeis pensamentos pecadores, não percebem que tudo está errado
Gritos de histeria, anunciam seus bajulares
Chegou o cavalgador desses lombos cansados, o senhor das suas escolhas
Abram alas, deixem a fila ser furada, assim como suas mentes miseráveis, que tudo trocam por um sorriso composto por mais dentes
Minha mãe, minha filha, todos me acompanham nessa longa jornada que vem desde meus ancestrais, digo “- nossos destinos já estão traçado”, e não me incomodo em mudar qualquer coisa.... tá bom assim.
Vacas que cedem seu leite a filhos moribundo, astutos demônios que rezam pela amnésia de todos até o próxima sufrágio, quase sempre conseguem
De quem é a culpa?
Minha, só pode ser... por não utilizar de todas as armas possíveis para aniquilar tais partes contraídos em partidos, por engolir junto com o pão seco minha indignação política plausível nesse lugar  

Palavras apenas


Palavras fazem toda a diferença
Ditas, escritas, jogadas na cara, cuspidas, amarguradas, verdadeiras
As palavras possuem em si uma enorme carga de perpetuação, de uma exímia eternidade momentânea
As palavras não mentem, soMENTE o interlocutor
Não temas! Escrever, se descobrir, discutir, são exercícios edificantes...
Tornar público opiniões, demonstra não somente a sua coragem e se mostrar, mas também a capacidade de reescrever novas opiniões depois, mudar fundamentadamente de idéia... e daí?
Não permita amarra-se nas teias da mesmice, não torne-se medíocre ao ponto de dizer: Nunca mais! Eu já sabia! Bem feito!
Pessoas que tomam tais palavras como seu consorte tendem tão somente a figurar nas imagens digitais, e cada vez mais globalizadas, na grande novela que é a nossa vida
Dar a cara a tapa, ter coragem, são grandes e verdadeiras virtudes
Não tenha tanta certeza assim no ataque, nem na defesa... tão somente tente combata a injustiça
Façamos disso o nosso desafio diário... o sucesso do mundo é o nosso sucesso
Se conseguirmos conscientizar uma circunferência de 10 metro ao nosso redor já será o bastante para dar cabo a nossa revolução
Fazer a diferença e bem mais importante que tomar lados, bem e mal, bom e ruim, bonito e feio... tudo isso é questão de interpretação
A pessoalidade transparente nas nossas letras exprimem mais que figuras de linguagem e vai muito além das simples conversas
Sentar na frente da TV e criticar a apresentadora que não desempenha um bom português, e mesmo assim continuar assistindo. Mandar Galvão e Faustão calar a boca e continuar vendo. Tomar um indignado gole de cerveja enquanto o atacante balofo perde mais um gol
Quem escreve tem maior dependência desse feito do que o que lê
Somos nós que precisamos nos expor, contar, inventar... é natural do artista assumir para si o papel de risco, inerente a nossa função social em face do mundo que nos cerca
Sem isso, nós seriamos “só” mais uns, lendo e copiando para o profile textos que exprimem sentimentos alheios, tomando emprestado palavras que nos faltam, tentando ser aqueles que nem eles mesmo entendem e ainda sim julgando-os
Se cada um assumir o seu papel de fato, vislumbraremos um mundo mais justo
Trate exclusivamente de cumpri a sua função, que já é peleja demais para um simples mortal
Para os que acreditam ter posição e força o suficiente para nos criticar, mandemos recados subliminares pregadas aos nossos discursos
Eles não tem a menor importância, porque vivemos sem eles, mas eles não vivem sem ídolos como nós, os criticados

sábado, 30 de outubro de 2010


Vamos encher as páginas de letras
Curtir um feriado, fazer do nada tudo, como sucessivamente fazemos
Leve seu violão junto, uma parelha perfeita para minha voz
Façamos dos “imirados” um Oasis de alegria
Daí nem parecerá mais um feriado bobo
Passará a ser o nosso dia
E à tudo teremos direito, tomar proseco na piscina, beber cerveja o dia tudo, comer os mais saborosos pratos...
Fazer o que quase sempre improvisamos
Opa! Daí então não será mesmo mais um feriado
...a história está se aproximando do nosso cotidiano
Problema dela, e do tal feriado...
Quem mandou se meter na nossa festejada rotina!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

www...



Never Land
Não, este não se trata de mais uma historinha infantil do tio Michael
A Never Land que trato é bem maior e bem mais complexa que as bizarras histórias da casa daquele, até então, falecido astro Pop
Falo de uma terra onde qualquer pessoa possa modificar ou criar sua história e propagar para o mundo inteiro em um só click, sacou?
É isso aí, a internet...
Com essa moda bombástica de sites de relacionamento, de plágios literários e outras “coisitas” mais tenho refletido bastante
E a pergunta que não quer calar é: Qual a principal função disso tudo? O que se busca?
E se eu pesquisar busca nu site de busca? Certamente o meu resultado será uma nova busca
Será que se refere a um apelo humanístico em ser reconhecido, carência? Déficit de sociabilidade? A perda gradativa do diálogo? Ou apenas uma invasão massiva de conteúdos globalizados?
Esse diálogo nem Sócrates entenderia...
Mas, na verdade eu te pergunto: O que é verdade e o que é mentira?
Dá pra adivinhar?
No meu perfil posso postar uma carta de amor, a letra de qualquer música, o texto de um autor desconhecido... santo plágio!
Ninguém vai saber... até que mais alguém tenha essa minha brilhante ideia e faça a mesma coisa
Encherei meu perfil de Amigos, uns que nem conheço, outros que encontrei certa vez na rua, vale tudo na tentativa de ser popular, não vejo a hora de dizer: PERFIL LOTADO, mesmo sem ter ninguém pra contar isso do meu lado
Minhas “comunas” (não eram assim que se chamavam os comunistas outrora...Ops! comunista não usa internet, então prossigamos), minhas comunidades dirão muito sobre mim, ou sobre um “mim” que eu quero que todos acreditem existir
Quero ser um “EU” descolado, que pega um pega geral, que seja popular, astro de não sei o que, que adore filme de vampiro, que ria do azar de Mick Jagger, que critique mais seja intangível
Em fim, direi tudo o que seja preciso para me tornar alguém mais querido  
Se não acredita no que estou comentando e no caso de dúvida, joga no Google, dá certo... pode crer, de remédio pra frieira aos casos da Princesa Diana tem resposta
Se não tiver noção chame o Wikipédia, quando a dúvida aparecer, conjugue a mais nova forma verbal, o verbo Twittar, pense rápido e espalhe, quem sabe lá nos famosos 140 caracteres nós encontraremos respostas...
Clico e disclico como kizer, o que vale é q você me entenda!
Dane-se Cegalla, a ditadura eletrônica vale mais que lei
Pasmo em perceber que esse instrumento deveras importante está se tornando indispensável a vida humana, assim como comer, beber...e muito menos que outros como por exemplo educar!


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alegria, alegria

Alegria alegria
Quase morrendo de tanta alegria
Fria desconfiança fiel
Outro dia alegria
Me trocarias por outro alguém
Você nunca me causou tal alegria
E sim um outro alguém
Talvez o lapso de alegria
Ah Desidério, à quanto tempo
Que saudades sua meu velho
Palavras soltas, como sempre
E, tente, tente se entender pra se encontrar aqui
Capitu!
“Mal Ditos” olhos de ressaca...
Meu velho, meu lobo
D ispertar ei eu à ti
Disperta tu
Há, sei já havia algum
Palavras novamente, palavras soltas no vento
No vago de amor que existe entre nós
Não adianta te lembrar o quanto eu disse: isso vai mudar
Lhe avisar do óbvio
Falo do que foi
Nem mais nem menos sentimental
Acho mais que anormal
Amparar, subverter o cálice
Cale-se o torno que me toma
Não é porque fiz que farei
As condições acabaram, ficaram para trás com todo o medo da perda
Que chegou, ficou, doeu, passou, e passou, e passou...
Os sonhos me tomam tempo e desejo, e eu te consumo por inteiro
Costura o meu peito dilacerado, galopa nos meus devaneios, toma o que é teu

Roberta Moura
Minha casa, meu reino
Lá existe sorte todo tempo, comida, cheiro de pode entrar no convite dos sentidos
Entre, fique à vontade, tome mais um café fresco enquanto ponho a mesa
Hoje teremos frango ao molho de ervas e arroz à grega
Pegue aquele vinho que você gosta e as taças de festa, temos muito, além da vida, pra comemorar
Vamos rir alto, beber e falar coisas que nos emocionem
O tempo não é tudo, e o que temo é não ter tido-o o bastante para me tornar inesquecível
Eu sou assim, e não reclame
Agente só tem o que merece, bem como o que quer
A contista da certeza é inacabável, até porque o que nós vivemos já são as incertezas
Daqui a alguns goles você vai me entender, talvez bem antes que eu mesmo, talvez até mais que eu me tenha
Abra a garrafa, se não conseguir chame um homem, eles são bons nisso
Aproveite as minhas verdades, enquanto tenho para com você, tome como confissões, viva
Não se perca dentro de mim, ache um lugar
Te ofereço minhas fraternas palavras e talvez mais que isso, se merecermos
Pegue um pouco mais, sirva-se enquanto ainda não chegou o tempo de tirar a mesa
O vinho não me sobe mais a cabeça, desde a última ressaca
Dominar não é segredo, dominar-se sim, aprenda
A amizade faz rir, jogarmos conversa fora, é bom, maravilhoso sentido de vida, assim como nessa noite chuvosa de verão
Enquanto os outros bebem, procuram ilusões e caem pelas ruas nós dentro do nosso introspequitivismo nos divertimos, jogando conversa para o ar, chorando as mazelas do mundo e paginando mais um dia da nossa pujante amizade  
Vá dormir
Enquanto eu fico aqui, lavando os pratos, catando os cacos e jorrando letras no vago silêncio do mundo
Amanhã será mais um dia lindo e a vida manará nossa existência, enquanto suamos o labor e vivemos de sonhos
Enquanto amigos temo-nos uma ao outro, enquanto divinos temos a Um só, enquanto humanos temos muitos e as vezes nenhum

Roberta Moura

Arte Tangente


Tente manter em si a arte tangente,
Ou melhor, não tente aprisioná-la, ela a todos pertence, menos a você
Aborte o escroto de mediocridade e grite por mais liberdade, a perplexidade que assusta aos inquietos não te abalará, farás parte de um transcendente espaço inebriático, que só os que sentem o soprar na nuca eo arrepio ao solo de uma guitarra pode sentir
Deixe queimar no teu rosto e no teu corpo esse pedaço de solidão, fotossíntese-se então
Te dou uma dica desse sinônimo animado de cotidiano, ao cobrir o rosto no fim do dia não pense no que fez, nem no que deixou de fazer, entregue-se a uma nova busca, ao que está por ser feito amanhã
Leonard Boff pagou um alto preço por dizer o que pensa sobre as verdades, sobre os pontos, sobre o       que os ditos e dis-ditos populares a muito nos esclarece... quem conta um conto aumenta um ponto, e que cada ponto de vista e a vista de algum ponto
É caro irmão, as almas que tentam transgredir neste rio de lágrimas tendem a sofrer como formigas, tendo que carregar muito mais peso que se possa imaginar, vendo tudo tão grande ao seu redor e sendo pouco, ou quase nada percebidos
Porém, tem em seu trabalho diário e até mesmo rotineiro o sustento universal de uma cadeia alimentar e planetária cuja sua função e imprescindível
Coloco-me a disposição de doar-lhe do meu sol quando precisares, e de domar minhas palavras quando em muitos, na verdade, desejo quebrar e “consertar” sua cabeça e seu coração
Mas, não atrevo-me a discordar que somente o tempo e os anos, que passam lentamente para os que otimizam sua vida na terra, curam e lubrificam a engrenagem da alma de um sonhador 
Roberta Moura       

Ser o que você é ou ser eu em você

Respirar o que você respira
Correr ao seu lado
Dentro e fora, em cima e em baixo do fogão
Fazer silêncio e deixar as lágrimas correrem por nosso rosto
Calar e deixar falar
Sorrir com a sua boca
Falar com minhas sobrancelhas
Coisas e fatos, vida real
Complicação tão tola que apoquenta
Dorme tarde e acorda cedo
Tudo só precisa ser um pouco
De vez em quando fora de hora
E ainda ser tão feliz, pecado!
Complementos que se somam, corte errado na álgebra que calculo todos os dias
Há algo muito estranho por aqui...
E ainda, sim, ser feliz!
Uns dois ou três amigos constituem um dobro perfeito, só depende de quem dobre
Não ter medo de discutir, evita rancor, raiva, mágoa
Nem sempre precisar falar, jamais se omitir
Vida fácil de se levar, é só querer, é só acreditar
E hoje e amanhã, não haverá eu sem você, nem você sem mim

Roberta Moura

Alguém?


Alguém me dará abrigo?
Palavras doces que me darão alegria
Alguém daqui do norte ou de qualquer lugar onde eu possa chegar num passo
Que me abrigue nos seus sonhos e que possa me responder tão somente o que eu pergunto, para que não possamos encher a boca de palavra eternas que certamente são findáveis
Tento escrever como uma forma de exorcizar o grito preso na garganta
Quanto eu calei, quando deveria ter gritado, e quanto ainda travo sentimentos reais
Fatídicos dias me assustam, cotidiano, pobre rimas fáceis de eu te amo e coisa e tal
Que pobreza é essa que encrava-se nos nossos dias de solidão a dois
Fáceis promessas de vitória que brincam no céu da minha boca, soam com frenesis dentro de mim mesma, já não posso mais diminuir-me no sentido de ser metade, quero ser o dobro
“Simbiosiar” aos quatro cantos de Pernambuco, correr desembestada nas ladeira da Sé
Voar por entre calçadas e soprar furor
Sentir-me fisicamente só, e o que à tempos sinto sentimentalmente oca
Viver mais por mim do que por você
 
Roberta Moura

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Justiça de dentro pra fora


Meu senso de justiça é bem maior e maia apurado que minha piedade pelo próximo
Na verdade é quase que total na pequena imensidão do meu introspectivismo
As chaves e lágrimas perdidas, os nós desatados e, de vez, amarrados, elas jamais voltarão a fazer parte de mim novamente
As músicas que embalam minha existência, as letras que rubrique na história da humanidade, perdidas aos quatro ventos, no fundo de uma caixa guardada no guarda-roupas
Poucas palavras e sentimentos que hoje tão somente servem de pretexto para juntar novos amantes, juras eternas de pouca duração
Quando chega setembro parece que tudo se renova, que devo arrumar o armário, escrever novas bobagens, exorcizar-me
Renova-se a esperança, a cada brilhante ciclo de doze meses, e quantos meses, e quantos anos ainda contarei, quando me darei conta de que não mas tenho o que contar?
Por que ainda ando e paro pensando no amor vivido, a idade aponta nas cores do meu cabelo, o vestuário que não me cabe mais, e o que não cabe mais em mim
Não conto mais nos dedos os meus erros, e ao chegar ao meio, percebo que nada tem mais tanta pressa para chegar
Telespectadora ativa, endeusada pela crença nesse amor, na subsistência dos serviçais, cravada nos pés da cruz lamentável, vida cruel
Assovios zombem nos meus ouvidos, sinais de chegada e de saída, surda de sensibilidade, peço a mim mesma mais um pouco de paciência
Clama a minha lucidez!
Vândalos sentidos, calem-se todos e deixem a sabedoria do silencia me levar para o outro lado, planear sob as cabeças, deletar-me no vagar das almas límpidas, que me permitem sentir-me semideus
Roberta Moura

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Somos o que podemos ser com os sonhos que podemos ter...


Talvez na próxima noite durma normalmente
Talvez não, tudo dependerá do sopro do dia seguinte que sobe pelos pêlos das minhas costas anunciando que um novo dia vai chegar
No sentido pouco das coisas vago pelas minhas lembranças, tento ir até o infinito vêntrico, de onde muitos nem ousaram sair
Busco no meu silêncio escutar as palavras que expulsei da boca por todo o dia que se passou, lembro de poucas
Das que terei que cumprir, que obedecer, que tentar ratificar
Tantos compromissos durante o dia que quase não vejo o mar se exibindo para mim logo ali na esquina, quase não sinto o seu cheiro
Penso em quantos dias já perdi murmurando absurdos, praguejando besteira, profanando incertezas que nunca poderei cumprir
Sinto minhas pálpebras pesarem, mas nada de sono pesado, com o movimento dos carros que passam desafiando minha janela penso nos perigos diários e quase chego a sentir medo de amanhecer
Nada demais para quem deseja viver por toda a eternidade
Mas que bobagens essas minhas confissões infantis
Quando crescemos e não temos mais tanta facilidade para chorar, seca em nós alguns sentimentos
Como a culpa tangente... mas, porque não cessa de vez a auto piedade?

Roberta Moura