Feita de
carne e pedra sabão
O céu é o
seu refém, e as nuvens escondem suas verdades
Ela é feita
de luxúria, mentiras, humor e uma discreta timidez
As palavras
já não cabem na minha boca e eu custo em acreditar que todas as noites ela me
sorri e diz que tudo isso vai passar
O tempo tem
nos feito de refém, os dentes incisos à tempo rasgaram nossa gengiva e mesmo
assim eu não cresci o suficiente para parar
Todos os
dados foram jogados dentro daquele copo de couro
Enquanto
esperamos o resultado dessa soma eu traço planos de como conquistar o seu mundo
Ela para,
para, parada, sempre para...e eu continuo engatada em uma marcha alucinante
Se despede
de mim com a autoridade de quem acha que tem controle sobre o mundo inteiro
Tem nada,
sabe nem se volta para casa, se vai me ver mais tarde
Ela arranja
outro namorado e novas juras de amor eterno
Que nada,
que certeza de nada essa dela, eu sei que ela vai parar
Porque ela
sempre para
Quando está
longe demais de casa, longe demais de mim, longe dela mesmo
Não
consegue e para, não sabe como lidar
Não é
imprecisão, não é frustração, não é covardia... é apenas ela sendo ela
Não é nada dessas coisas que você está pensando, não é ruim, nem bom
E quando
volta com cara de quem não chegou a pensar em abandonar tudo eu finjo não saber
e continuo no meu salto mortal de encontro ao nada, tentando nunca parar
Roberta
Moura