Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Não é nada dessas coisas



Feita de carne e pedra sabão
O céu é o seu refém, e as nuvens escondem suas verdades
Ela é feita de luxúria, mentiras, humor e uma discreta timidez
As palavras já não cabem na minha boca e eu custo em acreditar que todas as noites ela me sorri e diz que tudo isso vai passar
O tempo tem nos feito de refém, os dentes incisos à tempo rasgaram nossa gengiva e mesmo assim eu não cresci o suficiente para parar
Todos os dados foram jogados dentro daquele copo de couro
Enquanto esperamos o resultado dessa soma eu traço planos de como conquistar o seu mundo
Ela para, para, parada, sempre para...e eu continuo engatada em uma marcha alucinante
Se despede de mim com a autoridade de quem acha que tem controle sobre o mundo inteiro
Tem nada, sabe nem se volta para casa, se vai me ver mais tarde
Ela arranja outro namorado e novas juras de amor eterno
Que nada, que certeza de nada essa dela, eu sei que ela vai parar
Porque ela sempre para
Quando está longe demais de casa, longe demais de mim, longe dela mesmo
Não consegue e para, não sabe como lidar
Não é imprecisão, não é frustração, não é covardia... é apenas ela sendo ela
Não é nada dessas coisas que você está pensando, não é ruim, nem bom
E quando volta com cara de quem não chegou a pensar em abandonar tudo eu finjo não saber e continuo no meu salto mortal de encontro ao nada, tentando nunca parar


Roberta Moura


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