Quem sou eu

Minha foto
Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Dentro do copo, dentro de mim



Como o a cobrar que bate e volta
Como os navios que me ligam com o resto do mundo
Como do mínio hispânico na minha boca
Pagina de diário virada, e marcada para voltar e contar o resto da história
O início, não mais que o início, já passa do meio e nada tem fim
Como um peru que espera o natal pra morrer
Como a certeza da vida e do depauperamento, eu existo
Olho para dentro, no copo nada mais que palavras soltas, total semelhança comigo será verdade
Deixo em cartas, mensagens e desejo de compartilhamento vestígios de amor
Olho para a lua e para cidade acessa sob minha cabeça, e nos livros que leio, nas letras que expresso, na xícara de café amargo...
...em tudo o amor consegue tomar um lugar em mim
No meu silêncio, no meu desapego, na minha nitidez
Amo tanto e por tanto amar digo que nada sei sobre o amor
Amo tanto que consigo achar qualquer coisa bonita
Amo tanto que transbordo na amplitude do meu silêncio, me afogo na continência, me apego nas cenas e frascos vazios de vinho e de perfume que ensistem tomar conta de mim

Roberta Moura

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cenas de Um Caravaggio



Ela sofreu e chorou as dores do apego, quis não ver o mar que lhe engolia
Quis não receber no colo o calor que lhe explodia
Da vontade, do gosto saudoso dos beijos hábeis, viventes, ardentes
Ela se julga amada por muito e vividas por pouco, levianamente compreendida
Quase sempre, brevemente feliz

Ela dança e rodopia nas vidas que insiste em invadir, grita nos ouvidos bobos, refresca a vida e escalda sonhos
Ela teima e enfrenta o mundo ao som dos gemidos tímidos, alimentando o seu libido inefável, buscando a caça diária, a próxima vítima de amor
A espreita de novos sorrisos, buscando luz, onde muitas vezes não existe vida, não existe nada, ela também passa a não existir 

Toma em suas mãos e entorna uma garrafa de vinho seco, degusta-o em sua saliva perene o resto do torpor que envolve duas vidas
Ela enfeita a cara e a cama, à espera do que vier
Espetáculo de vida, cena de um Caravaggio
Toca seu violão feito o corpo do amado, com presteza e atenção, como se fosse dela
Como fosse um parque, ela passeia pelas curvas do amor, descansa e retorna aos sonho
Ela valsa até o sol tomar posse da madrugada

Já viu o período do impróprio, viveu a era do não pode, e deixou-o passar como quem espera um transporte, como quem espera para mudar de calçada
Porque não dizer, que ela espremeu o tempo como se tivesse controle sobre a ampulheta da vida



Roberta Moura

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Lágrimas nos olhos de cortar cebola



Tô fazendo o meu futuro pregada ao passado
Do norte à cidade grande
Extremo Oriente traçante que inebria meu destino  
Lágrimas nos olhos de cortar cebola e um único peito aberto, aos sete ventos
Ponto Sul do Continente, eu nem percebo o tempo e as placas se moverem
Saudade e vontade dá e passa, e volta, e fica
Minha 3x4 é preto e branca e lilás
Corto o cabelo e as coisa mudam
Tenho na boca o gosto do teu beijo, isso me faz viver
Acordar todos os dias e querer mas da vida, mais de mim, mais de você

Roberta Moura

terça-feira, 7 de dezembro de 2010



Meu coração lateja à 4.000 km de distância, por horas
Meus sentidos, meus ouvidos e tudo mais em mim escutam e desejam a tua voz
Segredo guardado no peito e a bela da tarde não mas quer despertar
Sinto o cheiro da saudade no ar
E ela quase me sufoca com o torpor do descontentamento
Essas letras acompanhadas e banhadas de choro e sorrisos, reveladas por doses generosas de absinto
Na contemplação de um momento, uma música aos meu ouvidos, sentidos e sentimentos aguçados e açucarados
E eu sei que o que você mais quer é ter-me em teus braços
E, por em quanto?
Apenas torrões de açúcar me acompanham
Quanto tempo antes da próxima tempestade de lua? De dia, de noite, na madrugada, as 15:23 da tarde
O sol é o mesmo em qualquer lugar desses trópicos
Acompanha, aconselha e guarda dos maus olhados
Amor, amor, grande e eterno amor
Forte e inconseqüente
Gracioso, passeia sob as pupilas dos meus sonhos
Verdadeiro, grita aos meus tímpanos, fugas
Infantilmente foge, se esconde e chora as mágoas de uma vida bandida, que escolhe a cada dia para si
Seu destino, seu desenho, o seu corpo casado com o meu desde o princípio,
Desde sempre os primeiros traços de amor
Você escolhe, você sabe o que é melhor, e o que é essencial pra sua existência
Meu perfume é o mesmo, meus olhos nem tanto, minhas palavras bem mais soltas, minha sina a mesma

Roberta Moura

Comunicantes



Amor por telefone, num tok à toa, numa balada antiga
Talvez você passe perto, talvez nem de longe, talvez nunca, quem sabe hoje
O medo que tens de mim é mais lúdico que teus mais profndos sonhos, nos quais sou atriz principal
Amor a qualquer preço, financiado desde o começo, sem arras estabelecida
Um amor por internet, com filho chamado “torPedro”, com um futuro certo de dúvidas exatas
Vejo você na sala de estar, na porta de saída, esperando uma ligação pra abrir o portão
Eu sei que agente vai se ver, num retrato ou na TV, num calendário, por um aroma
Sinto você trocar meu nome por "Ela"
Saiba que em uma noite qualquer de outono, despindo todo o verão que abrasa nos seus ais eu voltarei, daí aspirações darão renderão o momento de tanto abandono pela emoção do reencontro

Roberta Moura

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Levemente Brut



Forte, vibrante feito um vinho do porto, vivo
Perdidamente apaixonada, platônica, secante, possessiva, conheça as minhas outras faces, beije o outro lado do meu rosto
Delicado e encorpado, o plural singularizado, a disfragmentação do a silabado
Persuasivo e constante, revelante, persistente, relevante
O enigma implícito no obvio
Latente, pulsante, navegante
Me devolva a vida que me furtaram, a esperança que deixei em algum lugar

Tão iguais e tão diferentes



Quase todos os dias os dias não são mais os mesmos
Vejo na manhã que ainda esconde-se na neblina a cor dos teus cabelos, toco-os, beijo-os, sinto o perfume tênue e macio.
A xícara e o café, as cores impressas nos meus sonhos, as coisas, detalhes tão pequenos e presentes, a vida, os planos colhidos com o suor justo da labuta... 
Deus, o que é isso?
Em poucas quadras tudo se mistura, tudo tão perto, de novo, de longe, de perto, dentro, regularmente religioso, eu giro, entro e só, já to lá
É só esperar, adentra na sexta e volta para a realidade na segunda-feira
Misto no café da manhã, café no misto que me acorda, me abre os olhos, e mais uma vez assim... tão perto, tão longe, tão rápido, tão cedo, tão santo... amor sublime amor... se mistura e se procura nas prateleiras de um antigo mercado francês, procuro o vinho ideal, um solo para a espera, um Cabernet Sovinon e o frio da noite de hoje
Uma das taças pares vazia espera, esconde a expectativa, embreaga-se no nada, taça aberta para cima, enquanto eu, greta ao seu lado
Olha para baixo e me ver taça sorumbática
Não me procura, me acha, me seduz, reconstrói o que o tempo levou de mim e me alimenta para a vida a partir de então, desmemoriada taça que olha para cima, vive o teu presente que sou eu, aroma de frutas vermelhas e canela, paladar que conheces e o que melhor acompanha.
Quantas estrelas no céu falando sobre imensidão, sobre o universo em nós, já é tarde da noite
Durmo no verão que me invade com a certeza que a alegria de um pássaro me acordará amanhã me falando de primaveras perfeitas que virão.

Roberta Moura

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Saudades Eterna



Rosas e flores
Canta as histórias cantadores
Rosas que me acalma e me alimentam a alma
Sinto saudades, as vezes a solidão e as dúvidas me devoram
Foste filha, mãe, companheira, amiga e exemplo
Pé de manga, frutífera e sinalagmática
De onde parti e onde estou
Flor que cresceu e padeceu no campo das virtudes
Cairão mais de mil ao teu lado e em nada te abalará tal estrago
Jardins inebriantes te guardam desde o a deus
Tenho certeza, e chega a ser latente meu apontamento
De que ninguém roubará o teu aroma mais palpável de dentro de mim
Os dotes gastronômicos que me pertencem
Minhas raízes mais fortes, o sul e o norte
No extremo oriente do meu peito
Teus ensinamentos e solidariedade, legado de verdades

E neste dia de saudade
Plantarei uma Rosa em tua homenagem
Para que a vida continue se perpetuando pelos canteiros da minha caminhada

Sua filha, sua neta
Roberta David 

Carta à meu Irmão



Amado Irmão

Ontem encontrei um bom amigo
Desses que agente sente que pode contar por toda vida
Ao me ver, notei no seu semblante o susto e preocupação com o meu bem estar
Com poucas palavras ele perguntou: com quem estava, como estava, como tinha chego lá, e quando iria retornar...
Esqueceu de se mesmo, e por um momento, da sua perna, que latejava sem parar
Ao tocá-lo percebi-o febril, o que não lhe parecia incomodar muito
Senti-me muito bem tratada, recepcionada calorosamente, com essas coisas que fazem os bons e velhos amigos
Em um dado momento, nos balançávamos na rede enquanto conversamos coisas bobas, como a sua preocupação com a roupa suja, quantas pessoas cabem em uma caminhoneta 4X4, quem ele levaria para passear, e porque as pessoas “rumitam”...
Percebi que, em um dado momento, ele precisara continuar com seus afazeres diários, deixei-o a vontade, mas a sua tentativa de acompanhar aquele outro amigo, o mais Véio, não logrou êxito
O pesar do seu semblante quase transbordou o meu coração e os meus olhos
Pensei, se aquela perna não o incomodasse tanto, ele continuaria a sua peleja diária de acompanhar o Véio e, talvez assim, pudesse evoluir com tal rapidez que nem mesmo nos nossos maiores devaneios poderíamos galgar
Sei que ele tem o que não tivemos, certamente terá muito mais
Mais passeios, mais companhia, mais pessoas politicadas ao seu redor
Ao menos tempo, percebo sua personalidade toante, vejo que nada disso faz diferença para ele, visto que, se refrescar em cima de um tanque é bem mais divertido que se esbaldar em uma bela piscina vigiada
Mais tarde soube que tentou seguir sua peregrinação com uma distinta senhora pelas ruas da cidade, e novamente não conseguiu cumprir sozinho sua andança, nesse momento, sem maiores embaraços, pediu para que ela diminuísse o ritmo
Mais que isso, recebeu braços abertos para carregá-lo até o seu destino, ele merece
Sem mais delongas e humildemente aceitou, amigos são para essas coisas
Tento aprender com meu amigo a conceituar menos e suportar mais
E, muito embora a dor da perna incomode, é preciso caminhar
Ele é Pedra, que pelo tempo e adereços do Criador, será polida com as ferramentas da alma, afim de que se torne face das quimeras de seu Arquiteto

Roberta Moura

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O Coração do Aprendiz

Nem o Arquiteto esquece o que planeja, nem o Obreiro o que deve ser executado


Todos os dias cortando um dobrado nessa imensidão de tarefas a serem cumpridas
Abraços fraternais são as recompensas
Somos grifo dos nossos pais
As correrias infindadas das crianças, para onde elas correm?
Com irmãos contamos e eles resguardamos, Esfinges que se escondem nas nossas escolhas, que se consagraram nas gentís acolhida das Sombra das Acácias
Adornos que são trocados, que doam-se para enfeitar o corpo, de nada vale se não para distinguir cada vez mais os seres humanos
Nada mais somos que Aprendizes
Com a alma de artista que pesa sobre os nossos ombros, vislumbramos a bateria de alegria que temos de espalhar, ambicionamos continuar
A arte deseja ser ouvida, falada, cantada, gritada...
As benfeitorias precisam ser caladas, e necessitam caminhar nos meandros pagões sem serem percebidas
Todos os dias antes de recobrar a consciência, crianças nos tornamos, o pouco conhecimento que não paramos de buscar nos locomove a sermos candidatos à perfeição, como em um destino certeiro
A estrela e a perfeito, homens e mulheres escolhidos pela eternidade
Esse é o nosso tempo, só nós podemos realizar a evolução, e por obrigação conseguiremos
Para sempre seremos fraternos, sem receios, sem dogmas e cepticismo, não bastando o traço sanguineo, em um sobe e dece de aperfeiçoamento, invencível espírito de comunhão
A Harmonia em nossos corações palpitantes
Façamos da nossa luta real, combatamos felizes o combate diário e sairemos vitoriosos até por não termos vencidos
Nessa gigantesca Loja, que se torna o mundo, o labor precisa de mãos, sábias, leigas tortas, brancas e negras, mãos cegas que incançavelmente dever trabalhar
Do Meio-dia à Meia-noite, sem cessar, sem parar, sem vacilar
Carreguemos no peito da Terra Mãe à esse Ocidente, rendamos nossos esforços, perante o sol do Oriente, nos posicionemos para ouvir e aprender
As palavras do livro sagrado nos informam que já é chegada a hora,
a Pedra bruta temos que lapidar
Os Segredo com a vida guardaremos
Silêncio por virtude praticaremos, e na sua companhia o nossos Simbólicos atos se repetirão, sejam eles morais ou filosóficos, sempre nos interpretaremos
E os outros o mesmo farão
Que o Templo de Salomão seja a nossa morada, estandarte da nossa casa, maravilhas da criação
Trindade, começo, meio e fim
A riqueza do mundo profano se esvai, pois em nós tudo é novo a todo tempo

Roberta Moura

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O que já foi



Já senti frio, dor, carência, já duvidei da minha tão pouco inteligência, já chorei por amor, temi, quase me perdi, senti inveja, já apelei aos santos, fiz promessa, já resolvi diversas vezes, já desisti, já cheguei lá, já parti
Lembro de você todas as vezes que preciso respirar, e sei que você também pensa em mim com a mesma necessidade, só não sei porque... perca de tempo a vida inteira se você não esta aqui, se não vem...
Faria tudo de novo, do mesmo jeito, com o mesmo sofrimento e angustia, se soubesse, na certeza de que, no fim de tudo agente se chagaria, faria o fim chegar mais rápido
Nem mesmo se quem sou, mas sei que em mim falta um pedaço seu, preciso de você para saber quem sou eu, e na totalidade do seu olhar que eu me reflito inteiro, me reconheço a cada pedaço, alguns que você conhece mais que eu
Hoje sou o mundo, um novo velho rosto, sou mudada, sou mundo, sou o tempo que se passa, muitas vezes sou mais você que eu
Nós dois, somos mais que uns sós, somos dois, como no início, como no hoje, como no amanhã, somos mais
Roberta Moura

Comigo



Corre e risca o céu, dobra e guarda o meu véu de sonhos, consome o calor dos meus lábios com o torpor do teu desejo, abre a cortina dos meus olhos para um novo dia
Fala manso, me conta os teus sonhos, descontrai meu pranto de mesmice
Vive comigo, come os meus quitutes e me vê ganhar e queimar calorias, meu amigo, companheiro, querido amado
Sobe na árvore da minha volição e me colhe frutos maduros dos anos ávidos de tua presença
Constrói comigo palavras de unidade, músicas de fidelidade, palavras nossas
Sobre o meu colo descansa deu temperamento, me incumbe de fazer-te feliz, me responsabiliza pelo teu cotidiano, me entrega os teus cuidados diários
Quantos anos nos castigará a inércia da falta de convívio, ao tempo perdido... quem dará conta do tempo, preciosos tempo perdido...
Roberta Moura 

sábado, 13 de novembro de 2010

O Tempo



O tempo é o amo dos destinos, dos julgamentos, das causas, da casualidade eminente, o tempo é o senhor das “coisas”
Com ele aprendo um pouco a cada dia, e cada dia vira sempre, e o que colho nunca é demais, porque assim como o tempo, a sabedoria e o prazer em conhecer o novo que habita em mim, não vem a fenecer
Só ele é o rei desse jogo, ele é quem modifica, aguça, despe, reveste, transforma e cura, o tempo arma e desata nós, ele costura laços eternos e remenda erros
Percebo então que tudo nessa vida deve estar de acordo com ele, e ai de quem por ele passar e não o-cumprimentar
O tempo remove montanhas e constrói impérios, leva tudo feito mar bravio, depois oferece abrigo em seus braços seguros
Ele acredita que tudo, um dia, vai ser melhor, e por esse mérito da a sua consumação como prova, e realiza-se nos atos praticados aos seus conselhos, e como uma infindada colcha de retalhos terço os meus dias e anseios na sua sombra

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não Fale do Que Não Sabe



Quanto mais se cria ou se desenvolve uma atração por algo, alguém ou alguma coisa, estas mesmas, como que perceptivelmente, se tornam cada vez mais distanciadas
Como se estivessem sempre um passo a frente, como se o tempo e o espaço conspirasse contra o bel-prazer, aos olhos e sentidos esperançosos dos que desejam
O tempo passa a ser percebido pelas suas menores unidades, e o universo é pouco para um sistema infalível de comunicação, contatos imediatos e coincidências, intencionais ou despercebidamente provocadas
Mesmo diante de tanta confusão e asneira, preciso ser sincera em dizer ou confessar que me choco com coisas corriqueiras de uma mente vã e infantil, com todo o acaso do desconsolo, com toda a minha previsibilidade burra e com o meu senso inútil de justiça
É certo pensar que a mim nada custaria puxar um tapete barato ou tornar-me cavalo nesse jogo chinfrim de xadrez, se apesar do que sou não me levo a nada, para quem mente assim a alma respira calúnia
O que me dá raiva não são os livros espalhados pela sala, nem o perfume da pele que não sai do meu nariz
O que esfola a alma é ver meus vestígios, coisas minhas, espalhadas pelo mundo, em pessoas que nunca me viram, que nunca me ouviram, que de fato, nem sabem o meu nome completo
A minha história conto eu, do meu jeito, da forma que eu quero, vestindo o meu personagem predileto, costurando frases e sonhos, inventando poemas e descobrindo fábulas no meu dia-a-dia
Nem mesmo uma Helena de Manoel Carlos eu gostaria de ser se essa história não me coubesse, se não fosse minha de fato, se não fosse eu que contasse
A mim não cabe a acusação ou absolvição desse caso sem veredicto
Visto que a mim não cabe o papel de vítima nem de réu, apenas mais uma testemunha dos prazeres e desprazeres da vida

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nas Ruas do Centro



Sem rumo nas ruas do centro, sem núcleo, sem gosto, no mal ou bem do encanto de se perder no mar do amor
No cerne, no olho do furacão, no canhão feito bala, no porto dos sonhos, no leito das vontades mais ardentes, aguardo, espero, tremo o juízo, respiro tenuemente à revelia de uma amor passivo
Gastando sola de pé, carne no chão áspero da praia, consumindo olho à procurar...
Leva contigo outro dia sem noção, o espaço inacabado do meu amor quase perfeito
Sopra vento sem rumo, vadio, espaçado vento sem noção ateia enquanto o tempo passa nas tuas contas,
Leva os meus devaneios embora e transforma a minha vida em realidade, desfaz o ludicismo dos meus sentimentos e converte o meu EROS
Do âmago do meu apego me socorre vento fácil e infiel, me reconstrói dessa noite saudosa, desse dia inválido, dessa história sem acepção, desse outro eu que se perde sem sua metade

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PHN


Estou na faculdade, acabei de receber, por Lilo, a notícia sobre a foto do carro de Neto 
Lamentável, chocante....
.... mas que isso!
Imagino as labaredas devorando tudo, a aflição, o desespero, a impotência do vitimado... sei bem como é!
Mas, nada disso se compara com a forma precisa dos Traços do Criador nessa peleja
Veja no fundo da imagem, no canto direito, mas precisamente entre o rosto de Kelly e seu Celular, que certamente estava se mexendo no milimétrico momento do click da câmera
Há uma mensagem que pede para aparecer
Dizendo: Eu estou aqui!!!
O "PHN" ... Mais que "Por Hoje Não"...
Vislumbro tala mensagem como  P AI  H ABAZINAIAS N ETO
Que significa em hebraico: O PAI QUEM FEZ ESCUDO SOBRE NETO

Eu o Louvo e Glorifico o Seu Nome!
E rendo Graças porque Ele é Bom!!!

Lembro que o acontecido ocorrera praticamente no horário do final do terço que ele costuma rezar pela TV Canção Nova
Certamente, quando recolhido entre os bancos do carro, amarrado pelas adagas do inimigo, Maria o acariciava a cabeça e lhe protegia do mal

Ele é mais um sobrevivente do sanguinário mundo pagão no qual vivemos
Recuso-me a ser sócia desse mundo, em nada temos sociedade
Não vestirei suas cores nem seus valores, proclamarei a nossa liberdade com palavras doces
Que posição ou Status nenhum poderá comprar  

Dos destroços do carro, rapidamente nos curamos, besteira!
Com as marcas eternas na alma aprenderemos mais e mais
Infelizmente não posso prometer perdão
Porque nem mesmo do meu susto me recuperei
Mas, me alimentarei dessa frustração para criar o que é bom

Peço perdão pelas palavras de desabafo e agradeço a todos os amigos que nos tem prestado solidariedade!
Que Deus Abençoe a Todos

terça-feira, 9 de novembro de 2010


Faça o que tiver que fazer
Com coragem ou com indecisão, não importa: siga adiante
Faça o que ainda não foi feito
Refaça o que saiu errado
É certo que irá ouvir opiniões antagônicas
Faça uso delas para o seu aprimoramento
Mas, antes de dar ouvidos a qualquer coisa, busque saber se quem dá tais opiniões já realizou um trabalho melhor que o seu
Em regra, quem acoima nunca viveu seu próprio sonho, apenas os tolerantes são vencedores, transgressores, corajosos e generosos
Por que, então, criticam?
Porque, a cada passo que você dá adiante, essa pessoa fica um passo atrás
Para ela, é duro aceitar que você está atingindo tudo o que ela julgou inalcançável
Confia em Deus e segue adiante
Escutando os conselhos, e evitando as críticas
Você errará muitas vezes, não tem importância
Errar faz parte do caminho
Que é longo, escuro e frio, mas também pode ser iluminado, pela escolha que você fará ou já fez à minutos atrás
Como diz um provérbio árabe, “O latido de um cão não afeta o curso das nuvens”

Vitimados pelo medo


O medo nos imobiliza, congela, vitrifica
O medo nos modifica, interrompe, mortaliza
Quando aconteceu pensei em você, a cada segundo eterno, pensei em nós dois
Pensei em mim, nos filhos que ão de vir
Eu fiz o que pude por mim, por nós, por você
Fiz pra não ir, pra ficar, pra não deixar de estar aqui
Fiz pra viver, pra ver as cores no amanhecer, pra te ver dormir
Fiz pra encontrar os meus pais dormindo como anjos, e agarra-los de medo e pavor
Sabendo que tudo isso vai passar eu resolvi resistir e afastei o medo
Eu renasci
Mas ontem, quando o telefone tocou um gelo tímido alojou-se na minha espinha
Acontecera novamente, com uma outra parte de mim, com meu irmão
E tudo que precisei superar volta em surtos de pânico, que novamente congelo, que tento afogar nas atividades dos dias
Certamente, meus amigos mais íntimos não sabem o quão parece grande ter um pequeno cilindro metálico encostado nas suas costas
Sentir uma pequena pressão de um artefato bélico roçar nas suas costas 
Eles não roubam somente um carro, um banco, dinheiro...
Roubam o sossego, e isso ninguém mais vai me devolver, nem devolver ao meu irmão, nem mesmo aos meus pais e amigos
Levam com eles toda a crendice e inocência que carregava comigo ao ver qualquer pobre coitado na rua... eu sempre vou achar que eles estarão lá!
Despertaram em mim todo o tipo de incapacidade e inutilidade que uma pessoa pode sentir em meio ao caos
Olharei e pensarei duas vezes antes de sair, passarei noites em claro pensando nos "se"
...se tivesse reagido, se tivesse chorado, se tivesse gritado, se tivesse a oportunidade de aniquila-los... 
Desejos irresistíveis de vingança, de ferocidade, que nunca antes havia pensado ser capaz  
Certamente, alguns desses colegas já alimentaram a indústria armamentista fumando um baseado, caindo na tentação das drogas ilícitas, contemplando a corrupção e empreendendo outras atividades inerentes aos pequenos ilícitos que compreendem o crime organizado
Eles estão bem mais organizados que nós!
Vislumbramos a mais perfeita face do crime organizado debaixo das nossas fuças
Na frente do portão de casa, no aceno entre os amigos, nas rodas de bares, em todos os lugares
O que é isso?!
O que estará acontecendo consco?!
...
Sem dúvidas, nunca mais seremos os mesmos...
Sem mais para o momento...
Que Deus abençoe a todos!

Roberta Moura

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Que bobo amor




No compasso de trote, você deve entender o que eu falo.... compasso despassado
Correndo o passo fundo, breve e acelerado, encaixado... feito “nóis”
Desse jeito doido, feito criança, beijando e correndo agente se encontra
Quando a música acelera agente vai no tom.... eu fiz tudo o que quis e você também

E agora é tanto amor que agente se abraça em sonhos
O tempo vai passar e tudo vai dar certo, um dia, um lugar, minhas promessas loucas ão de dar certo, até mesmo esse amor grosseiro de longe, de perto, de dentro...
Eu me mato todos os dias, e vivA... ressuscito...!
Duras palavras moles para te entregar minhas cadeiras, meus ombros pra você chorar...
...meus pés cansados, meu diário, meu trabalho, meu jantar

Tenho que cuidar de mim pra cuidar de você....Que pecado!
Que pecado amar alguém assim!!!
Que pecado!

E que santo que é!
Eu sabia que era você e tentei evitar o inevitável!
E mesmo assim, você insistiu em vir, entrou e ficou
Eu sabia que você apareceria, e ontem, na escalda da tarde se assucedeu, e eu desaprendo tudo que deveria fazer, feito criança me entrego na aspiração da perfeição do amor que é a nossa história

Querendo um amor inteiro


Mais de meia noite, nem um amor inteiro, nem mesmo um propósito, nem a esperança do meu telefone tocar
Pedaços de amor quebrado, em cacos e resquícios de sonhos, pedaços que cortam assim como a saudade, assim como a falta
Mais uma noite meia, à meia luz, mais da metade da vida cheia de amor, mais de uma vida de amor, mais de dez anos inteiros de espera, mais uma meia noite

Hoje o copo não está meio cheio, nem meio seco
Daí espero sorte, espero ganhar sempre mais que um mínino, espero ouvir um boa noite que não seja apenas de compaixão, por telefone e cabos que me liguem,

Manter em mim essa explosão de paixão com outras coisas mais
Do meio da noite, no meio da vida, encho pela metade um copo de água, nem gelada nem quente, meio fria, pra espantar o calor que sinto e acompanhar o frio da solidão que é mais um dia sem você aqui

Para não me matar de choque térmico, nem me fazer ligar pra você com uma baita crise asmática, como se você fosse o meu remédio inadiável, a minha solução de cura o meu antídoto infalível
Mais um dia vai se chegando, de promessas e termos de sustentabilidade que prometo para com a sua falta

Mais um dia mais ou menos, mais um dia menos feliz, mais um dia aprendendo a gostar de outras coisas e tentando adiar o infinito
Mais uma noite esperando não achar, querendo dormir, para não ouvir o telefone não tocar

Abraçada com um fardo de sonhos que não se realizarão e acolchoados de cetim, cheia de planos que viajam pela minha cabeça, em pensamento que se reverte numa vigília notívaga, que adentra outros dias, que me faz perder noites de sonos e acumular ainda mais horas e horas da minha existência no nada
Mais algumas horas perdidas em frente à um computador, com uma puta dor de cabeça, que vem num sei de onde, que me faz ficar cada vez mais imóvel

Escutando o vazio, as mesmas músicas, bebendo da mesma bebida, falando as mesmas palavras e olhando para o meu telefone, com a mesma esperança
Mais um por do sol esperando o portão se fechar e você clarear a cabeça, esperando valer a pena, envelhecendo a mente com um livro antigo, gastando os meus dedos de tanto roer
As coisas que vivo e o meu perdão, para com/ou o que peço a você, é o que me santifica e me livra do inferno

O porquê...


?
Porque nunca sei
Porque nunca quero saber
Porque não pergunto
Porque não preciso escutar
Porque não quero procurar
Porque saberia sem querer
Porque temi
Porque fui enganada
Porque me enganei
Porque não quero ver isso
Porque não queria que fosse assim
Porque não foi isso que planejei
Porque é você o que eu quero
Porque foi você quem eu quis
Porque sempre quis
Porque sabia que viria
Porque não quis sofrer mais
Porque tive medo de novo
Porque não falei antes
Porque você mentiu
Porque não vou ligar
Porque não quero voltar a escutar
Porque sou muito burra
Porque bati de frente
Porque você foi covarde
Porque só você tinha isso
Porque custo a perdoar certas coisas
Porque não sou santa
Porque sofri de novo, como nunca
Porque canto
Porque sou a maior das questões e a questão não mais é a pergunta e sim a resposta, assim como o que há em mim

domingo, 31 de outubro de 2010

Sendo filho de quem é...

 

Quando crescer quero ser o que minha mãe quiser
Com certeza Advogado
Quero querer o que ela quer
Quero querer o que quiser
Nos dias mais difíceis passarei por despercebido, homem não chora
Nos de alegria espero que ela tenha orgulho de mim, sou um bode a procura de cabritas, cabras, outros bodes e tudo mais que puder comer
Se me arrepender de ter feito algo, não me arrependerei, ela sempre dará um jeito de me livrar do que pudera ser um arrependimento
Eu nunca errarei
Se minha irmã engravidar, ela casa, claro!
Em nada macularei minha profana casa, a perfeição satânica do meu lar, lá quase todos os dias o cão chupa manga!
Para isso estou sempre levando minhas irmãs à igreja, rezar é coisa de mulher
Nem mesmo no vacilo de conduta, na minha roupa sempre passada, nas minhas vontades sempre polidas, nem na pouca política que gravei por osmose terei opinião própria, e se as tiver, contarei para os mais sepulcrais amigos, e se vazar tal momento de fraqueza, negarei!
Foi assim que aprendi... é melhor um mentiroso macho que um fraco verdadeiro
Por falar em política, ela será tudo o que eu quiser que ela seja, foi assim que aprendi em casa, cambalacho não existe, ao menos que provem o contrário
O meu posicionamento político é o dela, e o dela é o que de mais vantajoso existir para nosso teto
Quando me formar, ela de tudo providenciará, um emprego, um carro, outro par de roupas passada
Essa será minha vida, ou a vida que ela quer que eu leve
Talvez eu consiga viver assim, ela sempre sabe o que é melhor para mim
Pelo menos é o que eu acho, pudera poder mudar uma coisa aqui, outra lá
Mas, quem sou eu para questioná-la?
Se nem mesmo eu sei quem sou?
Nunca precisei saber, nem pensar
Sou uma frase qualquer copiada para o "Orkut", do "Face", do "TT", sou o filho da minha mãe
E ela sabe o que faz