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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Querendo um amor inteiro


Mais de meia noite, nem um amor inteiro, nem mesmo um propósito, nem a esperança do meu telefone tocar
Pedaços de amor quebrado, em cacos e resquícios de sonhos, pedaços que cortam assim como a saudade, assim como a falta
Mais uma noite meia, à meia luz, mais da metade da vida cheia de amor, mais de uma vida de amor, mais de dez anos inteiros de espera, mais uma meia noite

Hoje o copo não está meio cheio, nem meio seco
Daí espero sorte, espero ganhar sempre mais que um mínino, espero ouvir um boa noite que não seja apenas de compaixão, por telefone e cabos que me liguem,

Manter em mim essa explosão de paixão com outras coisas mais
Do meio da noite, no meio da vida, encho pela metade um copo de água, nem gelada nem quente, meio fria, pra espantar o calor que sinto e acompanhar o frio da solidão que é mais um dia sem você aqui

Para não me matar de choque térmico, nem me fazer ligar pra você com uma baita crise asmática, como se você fosse o meu remédio inadiável, a minha solução de cura o meu antídoto infalível
Mais um dia vai se chegando, de promessas e termos de sustentabilidade que prometo para com a sua falta

Mais um dia mais ou menos, mais um dia menos feliz, mais um dia aprendendo a gostar de outras coisas e tentando adiar o infinito
Mais uma noite esperando não achar, querendo dormir, para não ouvir o telefone não tocar

Abraçada com um fardo de sonhos que não se realizarão e acolchoados de cetim, cheia de planos que viajam pela minha cabeça, em pensamento que se reverte numa vigília notívaga, que adentra outros dias, que me faz perder noites de sonos e acumular ainda mais horas e horas da minha existência no nada
Mais algumas horas perdidas em frente à um computador, com uma puta dor de cabeça, que vem num sei de onde, que me faz ficar cada vez mais imóvel

Escutando o vazio, as mesmas músicas, bebendo da mesma bebida, falando as mesmas palavras e olhando para o meu telefone, com a mesma esperança
Mais um por do sol esperando o portão se fechar e você clarear a cabeça, esperando valer a pena, envelhecendo a mente com um livro antigo, gastando os meus dedos de tanto roer
As coisas que vivo e o meu perdão, para com/ou o que peço a você, é o que me santifica e me livra do inferno

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