Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Expresso 510




Espero sentada porque de pé cansa
Resumo e identifico os rostos fadigados em pleno início da manhã
Geralmente, todos já acordam com sono
Vivemos diariamente na expectativa de que algo novo aconteça
Muitas vezes, não fazemos nada para que isso advenha
Olhamos para a esquerda e esperamos o 510 abordar
E ao chegar, no máximo um bom dia ao cobrador, contamos as moedas que tantas vezes nos sobra, e que quando nos falta pode até fazer não chegar lá
Da janela, no meu lado esquerdo vejo prédios tomando o céu, vejo a moça olhando a vitrine, o menino limpando o pára-brisa do senhor, vejo o tempo sofrer toda vez que o semáforo aponta o verde, retorno a olhar o relógio
Que nó! Que caos!
As coisa e o tempo parecem não passar...
As pessoas silenciam como se nada que acontece ao seu redor fossem digno de sua atenção
Todo mundo se faz de surdo e mudo, muito embora, na maioria das vezes, só precisam que alguém lhe chame no ato da conversa, que iniciem
Que pobreza, que miséria... para onde foi o nosso diálogo?
As avenidas largas me toram cada vez menor
Consumo satisfeita todo o gás carbônico produzido pelo motor que me leva
Encho-me de coragem, puxo papo com um estranho com uma cínica e provocativa vontade, gosto de surpreender
No ato da procura por vítimas caço a mais fraca, inerente a minha função de predadora, talvez para que a minha tentativa de plano logre êxito, talvez por medo de ser ignorada, como falava no início dessa conversa, como costuma fazer
A maioria nem nota o que acontece aqui dentro, impressionadas com o que acompanham lá fora, deixam de prestar atenção no que incide aqui
Enquanto a mulher da minha frente acomoda os peitos no sutiã, o velhinho do canto limpa suas narinas de forma confortável com o dedo indicador, a garota do meu lado acompanha o Twitter pelo celular, o rapaz do outro lado cobiça o celular da “Twitteira”
Todos tão encantados com seus próprio e medíocres mundos, que deixam de perceber a riqueza de divertidos detalhes do seus cotidianos
Basta uma frenada para que todos compreendam que existe um ser humano dirigindo aquela máquina, isso é o suficiente para ao mesmo tempo que o-percebem venham a critica-lo
O rapaz esquece de pedir parada e reclama da sua própria sorte, como quem se culpa por ser tão incompetente ao ponto de nem saber onde vai parar
Numa dessas paradas, me assusto com alguém calçado de pernas de pau, tenho que confessar que não esperava deparar-me com alguém nesse estado, muito menos pintado de palhaço, a essa hora da manhã
Coitado, tão trabalhador ou mais que eu... e eu, com meus traumas de infância...
Uma senhora grita lá de trás: “-motorista, na próxima!”
O motorista, que além de ser xingado frequentemente, faz as vezes de guia turístico e a olha com vista de repulsa, e só espera que a “velha” desça do ônibus para confessar-se para quem estiver do seu lado, como se amigo ou confidente fosse e soltar-lhe um palavrão
Confissões a parte, gosto desse movimento, e sinto falta por não acontecer com frequência
Tenho para mim que a vida é um enorme laboratório artístico, onde as cobaias somos nós mesmos
Ao contrário dos que amaldiçoam, sou a favor do transporte coletivo, que além de ser uma boa alternativa para a “saúde do planeta” e para o nosso trânsito, é uma sumidade no trato de unir pessoas de diferentes mundo, torná-los, de fato e de nome, “coletivos”
Divirto-me com as situações da “divina comédia do cotidiano”, e quase que por um minuto, levada pela nostalgia, chego a esquecer que meu o carro está quebrado e que tenho que puxar a cordinha antes de chegar ao mecânico, ou serei a próxima a ser excomungada pelo motorista


Roberta Moura

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sou da arte



Verbalizando a vida
Liberando os pulmões, abrindo os átrios
Não há nada que não possamos aprender
Somos sempre mais do que imaginamos
Somos sempre mais vida, mais verdades que mentiras
Somos pedaços de sonhos espalhados no mundo dos fatos
Somos fato e veridicidade, até mesmo nos aleives diários
Cantamos sonhos e fechamos os olhos para soltar algumas palavras
Fazemos sucesso entre a vizinhança, somos notoriamente diferentes
Cuspimos fogo, desejo e letras
Não confiamos em ninguém com mais de trinta e dois dentes
Fazemos todos nos olhar, nos notar, até mesmo quando vivemos do nosso próprio introspectivismo
Mentimos tão somente para quem nos quer acreditar que é por parábola
Somos artistas
Não somos nós que corremos atrás do sucesso, mas ele que nos persegue diuturnamente
Vivemos de momentos, os quais podem ser eternos, duradouros, mínimos, e que transformamos em únicos
Não tenho nem sete dedos nas mãos, mas levo comigo quantas alianças puder fazer
As guardo com o devido respeito, as torno excepcionais
Sou feita de amor da cabeça aos pés
Mundo bambo, repito e transformo o que escuto
E em muitos lances, não enxergo bem
Faço da minha vida um exercício diário e divino de amor
Expulsando os maus demônios, mantendo por perto os bons
Tento controlar a perversão humana que assola o meio terreno, pelo menos a que assombra o meu quintal
Largo de mão os interesses exclusos que nos rodeiam noite e dia, nessa arrebatadora “Morte e Vida Severina”
Esperando para ver o que acontece, mexendo uns pauzinhos de vez em quando, brincando de mestre
Trabalhando o querer, logo chego no ter
Sabendo que sou agente de transformações, faço acontecer antes mesmo que me pesam
O querer já é ter a metade, vejo nesse contexto que o mais difícil é escolher o que querer, decidir para onde minha flecha vai apontar
Porque, para atirar e acertar é só uma questão de tempo e treino
Carrego comigo uma perseverança tremenda, que me faz docente das minhas conquistas
Do viver eu quero tudo, verbalizar as minhas ideias, canalizar o que é existência
Faço pois, disso tudo, da minha vida, um exercício perene e conciso de respeito a convivência
Conhecendo-me, confesso que não me apego a lamentos tolos, a presságios pobres, a força no dito dos opostos
Não confundo minha sensibilidade com drama, isso é absurdo
Percebo diversas vezes que sou mais pelo público que por mim, mais pelo mundo que ainda há de vir, mais por uma história que nem sei se terá final feliz
Mais por uma ideal de amor que pelo sossego desesperado dos ávidos de desejo
Sou da Arte, logo sou de Deus
Construo diariamente o mundo que quero pra viver!



Roberta Moura

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"Multipolaridade proposital"



Questões e nada mais
Sou uma variável simples, com fórmula a ser patenteada
Não me pergunte o porquê de não “justificar” meus textos
Nem mesmo porque não pontuo no final de cada verso
Se você me perguntar porque assino com dois nomes responderei que sou muito mais que “uma” e sou “uma só”, mas sempre muito bem acompanhada
Bipolaridade é quase nada dentro do meu pluralismo de pensamentos, do meu “faço quase tudo”
Na verdade, cultivo minha “multipolaridade”
Agrada-me a beleza dessa minha concentração “poli”
Penso e faço quase tudo que assimilo
Dos meus erros ortográficos, digo, quase todos são propositais
Para que perceba e preste mais atenção no que quero dizer, para que você mesmo se entenda melhor
Nos radicais das palavras, no código absolutamente perceptível que adolesço
Se quiser saber para quem escrevo, entre na lista
Se perceber a minha inspiração, compartilhe
Se nota em mim uma exposição exagerada, que se permita
Se apreender que me ama, que viole o silêncio
Quando atingir a maturidade permita-se viver
Se não carecer, não venha
Não me faça gastar letras e sonhos a toa
Se me inveja, crie um blog, tenha milhares de acesso e depois conversaremos
Se me critica negativamente, faça melhor que eu, me supere, daí conversaremos, falaremos de igual para igual
Não levo o mundo nas costas, somente minha mochila surrada e velha, com a qual percorro todos os lugares que desejo
Deixando objetos e sonhos, catando pedras no caminho, fazendo minha trilha, sabendo que certamente, nunca mais passarei novamente nos mesmos lugares
Não com a mesma ótica, não com as mesmas histórias
Antes pensava que teria muito a aprender com alguns seres humanos, hoje percebo que tenho muito mais que desaprender, fazer diferente, estudar os erros alheios
Sigo no mundo dos instintos e sensações, em uma orbe lúdica, de transformar meus sonhos em realidade... e sempre que sei o que quero consigo!
Tantas vezes mais preocupados com "garantias", que seguram-se nas bordas de piscinas no precipício
Minhas conversas, minhas letras, minhas frequentes mudanças de humor, só me servem para que infrinja sentimentos enquanto viva estou
Minhas promessas de abandono, meu adeus nunca finito, minha certeza inabalável no amor, nada disso mudará
Mesmo que construa em meu quintal um novo mundo, que venha a plantar novas histórias no leito do rio do amor, nada disso será páreo para calar minha voz e minhas mãos hábeis para com as letras
Quem tem ciência de tudo não discorra, quem não tem certeza de nada se cale


Roberta Moura


 

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Fantástica Metamorfose




O ser humano é, por excelência, um compêndio de personalidades
Trancar-se em uma só individualidade e dizer, “eu sou assim e não vou mudar”, é negar a perspectiva de evolucionar como pessoa, como espécie
É trancar-se no presente, sem se permitir melhorar
Mesmo que para isso, o espírito precise passar por estações tenebrosas, aperfeiçoar é um imperativo
O que diriam Raul, Kafka e Darvin?
Tão distintos, e mesmo assim, contribuem dando ênfase a mutabilidade  
Passamos a vida toda evoluindo, desde a nossa fecundação
Assim como fazem os bebês, que no auge da espiritualidade de um ser humano, com toda a pureza de alma, conseguem conquistas espetaculares em poucos anos, como andar, comer, pedir, chorar...
Parece-me que eles trazem consigo um rastro de céu, algo como uma lembrança longínqua do olhar de Deus, e que nós os corrompemos com o meio, com o nosso modelo de vida mundano
Eles moldam-se ao plano humano e começam a se desencantar com as coisas do céu, trocando o colo da mãe por qualquer coisa, as profecias do pai por besteira
Somos todos frutos desse meio, mas não precisamos estar sempre no meio, em cima do muro
Podemos e devemos buscar o Superior, algo que nos diferencie dessa corja toda, que faça com que as outras pessoas também passem a viver no mundo das experiências positivas
Buscar em conjunto é sempre melhor, mais gratificante, somos humanos e vivemos em sociedade, mais uma dádiva oferecida por Deus como instrumento evolutivo
Entretanto, o que vemos são nossos valores e sentidos perdessem com o tempo, com a “perversão da humanidade”, com a vivência de interesses exclusos que, fixando-se no nosso “querer”, no nosso “viver” e no nosso “conviver”, acabam por nos separar cada vez mais do Divino
Aceitar a evolução espiritual é imprescindível para que entendamos diversos questionamentos humanos
Somos todos essa metamorfose ambulante, em busca da tal felicidade
Descredibilizando o “efeito borboleta”, buscamos a felicidade a todo preço, sem perceber que, para se ser feliz é necessário “fazer alguém feliz”
Reproduzindo a felicidade em tudo que se faça, ofertando-a
Não nego, as escolhas são complexas, entretanto, necessárias
Expô-las então, é bem mais difícil
Habita em nós um medo constante de errar, esse medo acaba nos paralisando, e a novas tentativas, afastando de nós a esperança
Esquecemos que a esperança é nossa mola impulsionadora
Somos muito mais que imaginamos, e se o que imaginamos cabe muitas vezes tão somente na nossa cabeça, imagina se colocarmos para funcionar toda essa máquina perfeita que é o nosso corpo, em harmonia com a natureza, com o Ser Supremo, por um propósito maior
Vivemos em tempos do “eu”, ao invés de experimentarmos o “nosso”!
Perdemos dentes e sonho contando história, passando tempo, sem participarmos dos seus feitos
Devemos aceitar que somos agentes de modificação da humanidade
Plantando sempre a semente do bem, colheremos um futuro promissor
Habituemos a cada dia a buscar por novas experiências de crescimento espiritual e, sem perceber, viveremos na plena felicidade
E nada disso terá valor se não sabermos perdoar, ensinar e compartilhar o amor!

 

Roberta Moura




Na palma da minha mão



Sempre prudente ao amor
Quase sempre doando antes que me exijam
Tento viver um dia por vez, e várias vezes por dia
Em muitas ocasiões, peço perdão pelo egoísmo
E por tanto querer me pego assim
Pescando sonhos, vivendo de relances
Não permito que me diga: “se ele estivesse precisando, teria pedido”
Oferto-lhe por amor
Não preciso de vidente, porque planto o que quero colher
Se pudesse ler as minhas mãos, veria o amor, o seu nome escrito nelas
E os nossos anseios gravados no alto dos céus
Não comporto que me negue a vontade se sonhar e de servir
Parece esquecer que muita gente não consegue, eu mesmo nem cogitava tal situação, por simplesmente não ter coragem pedir ajuda... quem não já se viu nessa situação?
Tal premissa não cabe apenas em face do amor e do dinheiro, nesse articulado contexto de necessidade versus submissão
O isolamento, a solidão e outras tantas mazelas da alma
A maldita solidão, pode ser mais gravosa que a própria fome
Convivemos a todo tempo com pessoas que passam boa parte de seus dias e noites canceladas em si mesmas
Presas em sua existência fadigada
Frequentam o trabalho por obrigação, assistem TV e adormecem na internet
E assim, vivendo nesse introspectivismo, passam a residir em um estado paralelo
Com fome de afeto e com vergonha de demonstrar, pobres maiores abandonados
Não custa percebê-los!
Não custa tentar ajudá-los!
Penso o que Deus reserva para me perguntar, e o que faço com os dons que ele me deu
Para que servem os meus dons, se não para servir aos que habitam nesse mundo sem respostas?
Tento fazer desse dia o último da minha vida, amando e servindo, errando, consertando e concertanto, tentando mais uma vez
Acredito que aqueles que olham a miséria com indiferença, tem a miséria na própria alma e não conseguem livrar-se dela, na verdade são as maiores vítimas de todo o caos provocado pela pobreza de espírito

Roberta Moura

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Dentro de você



Fala no meu ouvido, conta-me teus maiores segredos
Mesmo que não acredite em todos eles
Mesmo que você ainda duvide de nós
Escorre sobre o meu tórax as dores da tua angústia, usa-me a tua disposição
Entenda, tome sem medo o que é seu
Não me fale, “tudo está confuso”, apenas confie
Em mim, em você e no nosso amor
Em um amor que é tão seu
Não me julgue proferindo o que poderia ter sido diferente, permita-se
As minhas mãos buscam os seus dedos de afabilidade
Caminhando ao lado do mar, acompanhados pelas ondas que passam salgando a nossa pele
Meus olhos catam os seus arcanos mais profundos
Me procurando com olhares externos, para fora, ao seu lado
Não entende?
Se percebe não vê!
Eu sempre estive aqui!
Dentro desse amor desmedido, dentro de você
Na roupa que você veste antes de sair de casa, no seu perfume
Na sua alimentação, na progressão de vida
Na sua boca a procura dos meus beijos, do meu gosto, no seu silêncio sepulcral
Na pele provocada pelo arrepio, nas confissões notívagas
Na tarde de domingo órfã de sorrisos, na sua cama, no aquentamento dos seus pés
Nessa coisa toda que compreende uma vida
Nessa bobagens que escrevo e que me atrevo a chamar de arte


Roberta Moura


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Espalhando

 


Espalho você por onde passo
Nos meus dedos ávidos de escolhas
Fichas jogadas e perdidas
O tempo não perdoa, apenas segue o seu trote firme, com um suspeito ar de sobriedade
Parece que tudo sabe esse sentimento truão
Parece que tudo sente esse meu peito burro
Correndo contra a maré, levamos uma vida boa, com a cumplicidade ao nosso lado
Comemos no mesmo prato
Tocamos o mesmo corpo
Sonhamos os mesmos sonhos
Imaginamos, vivemos, planejamos
Tirando sua roupa com as letras que escorro
Será que agora vai?
Mais uma desistência ou mais uma tentativa, tanto faz, será apenas mais uma vez
Vai ficar o que sempre sustentou, as paredes de aço da minha insistência insana, os cavaletes sinalizadores de prontidão e proteção, as vigas de concreto dos meus braços protetores
Tudo isso ficará, mais uma vez, na mais nova tentativa de continuidade
A sobrancelha ímpar levantada
A mordida do meu lábio inferior
Nossas eternas declarações de amor
Suas escolhas, meu pesar
O passado, o presente e o futuro ao seu lado
Ficaremos, eu, você e o nosso amor




Roberta Moura



terça-feira, 12 de abril de 2011

De quem é a culpa?





É lamentável
Enquanto a nossa terra chora pela miséria e fome, as pessoas continuam se agredindo em palavras de anonimato
É claro, se ocultam porque não tem segurança no que discorrem
E ainda, mesmo diante de tanta clareza, quanto aos métodos científicos que nossa sociedade possui para esclarecer, e identificar tais anônimos, nada desaponta tanto quanto sabermos que essa história ainda vai persistir por longos tempos
Muitos de nós se esquivam no anonimato e se alimentam de conceitos estapafúrdios
É anônimo pra cá, desinteresse pra lá, descontentamento no centro, e nada de ideias novas
Nada que nos tire desse caos instalado no poder público
Uma bandeira, uma cor, um nome, é capaz de fazer vizinho se estranhar, amigos de infância se desentenderem, famílias se separarem
E no fim das contas, nós perdemos o nosso valor no momento que entregamos o nosso voto a quem não merece
A propósito, tente lembrar em quem você votou para deputado nas últimas duas eleições
Isso é o suficiente para fazer você recordar o merecimento que você ofertou
E eu te pergunto: -mereceu?
Essa questão você me responderá, assim que cumpridos alguns requisitos como: a compostura do eleito em face da investidura no mandato, seu comportamento perante a sociedade, seu comprometimento quanto as promessas de campanha, sua disponibilidade para com seus eleitores e demais cidadão...
É você que tem que responder!
Não se esconda na má conduta daqueles que você colocou no poder
Não cometa o mesmo erro!
Não seja mais um anônimo de blog, colocando lenha numa fogueira, na qual você não vai se aquecer, no máximo vai se queimar!
Mais um manipulado da pobreza de intelecto!
Seja cidadão ao ponto de respeitar seus adversários e vence-los pela competência, não pela baixaria, impregnada nas palavras sádicas de quem não tem nada de valoroso para oferecer
Perdemos tempo falando de maus políticos, quando, na verdade a civilidade e a democracia foram constituídas pelo Estado para permitir que pessoas como você e eu deliberemos em face do ideal de sociedade
Não se venda por tão pouco!
Não se suje com conversa fiada, porquanto, conforme um conterrâneo paraibano de Sapé, chamado Augusto dos Anjos profetizou, neste grifo nosso, interpretando a conduta de muitos políticos da nossa geração, transcrevo pensando no que eles fazem com todos nós:
“O beijo, amigo, é a véspera do escarro, a mão que afaga é a mesma que apedreja...
  ...Se a alguém causa inda pena a tua chaga, apedreja essa mão vil que te afaga, escarra nessa boca que te beija!”.
Com essas poucas e desconcertadas palavras em desalinho, tento somar com amigos ao meu redor, em busca de uma sociedade mais justa, que deve começar no meu quintal
A deturpação da política é um aleijo na cidadania
A politicagem come no centro, e nós rodeamos a mesa desses miseráveis, na expectativa que caiam algumas migalhas
Quando na verdade, a mesa na qual todos eles estão sentados, fica na cozinha da nossa casa
Meio bagunçada, meio surrada, mas a casa que nos viu nascer e crescer, e que espera de nós o mínimo de esmero, de cuidado, o nosso grande oriente, nossa terra, nosso lugar, nosso Brasil!
De quem é a culpa por isso tudo está assim?
Nossa!


Roberta Moura

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Democracia



Queria viver mais de mil anos
Para ver onde essa bomba vai parar
Queira ter mais de mil vidas, ser artista no seu convívio
Te vestir de versos e prosas que te façam rejuvenescer a liberdade
A nossa inércia civil me abala
E me leva a pensar de onde vem todo esse caos
Desde quando invadiram o nosso quintal, com o propósito de nos “descobrir”
Estupraram nossas mulheres, corromperam a nossa gente com espelhos
Jogaram no ceio das nossas famílias ladrões e prostitutas
Furtaram as nossas riquezas, sugaram o nosso mel
Depois do genocídio passamos a conviver com o lento processo de aculturação
E hoje, diante te “tanta” evolução, sentamos na frente da televisão aos domingos, alimentamos nossa inércia de vícios exclusos
Nesse sistema quase falido que se chama sociedade, percebemos o quanto do encantamento perdemos diariamente
Nas cenas que se repetem, nos doentes que carregam mortes e amores nas costas, que viram celebridades instantâneas
Pensando na última tragédia anunciada, no acontecido naquela escola, assistindo o noticiário que incessantemente tenta dar explicações, percebo o quão valioso é o ato do assassino
Ele vende revistas e jornais, ele oferece trabalho a polícia, torna heróico o labor de quem por obrigação realizou o feito de tirar-lhe a vida, ele dá audiência, faz pessoas como eu e você perdemos tempo ao olhar aquilo tudo, o que “remediado está
O pesar comerceia!
A miséria enriquece a quem de sua imagem vive, muito mais que a sustentabilidade, a pobreza vende!
Faz nos pensar na falência do Estado, quando na verdade, o Estado não é pessoa física, nem muito menos jurídica de direito privado, o Estado não se corrompe, mas, todos aqueles que dele querem tirar proveitos próprios, que constituem essa sujeira toda, homens e mulheres que escondem-se no “jeitinho brasileiro” de burlar a lei
Somos nós que compramos e pagamos esse preço
Quando acontece algo como o massacre na Escola Municipal Tasso de Silveira pensamos e dizemos:
-Ninguém faz nada?
Quando na verdade deveria perguntar: -O que eu posso fazer?
E fazer!
Não me diga que ninguém faz nada, se inicialmente, você também não faz
Não me cobre por resultados quando, na verdade, é você quem fura filas, tripudia do menos favorecido, burla o sistema para conseguir aquele empréstimo, tenta maquiar o imposto de renda
Sociedade? Agora eu que te pergunto, em que somos sócios?
Se não comungamos com esse acordo!
Tornamos cada vez mais absurdo o uso do nosso sufrágio, nos flagelamos no voto
Acordos e trocas, um emprego em face de anos de miséria para o nosso povo, uma caminhão de areia pelos quatro votos da minha casa, uma prótese dentária pelo sorriso amargo da pobreza
Está tudo errado desde o princípio, mas isso não significa que não podemos mudar a partir de agora
Democracia , que vem da junção dos radicais "demo+kratos" , é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos o povo, direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos
Desse modo, podemos dizer que, o povo é o reflexo das suas escolhas, e toda sociedade tem o governo que merece
Como você tem vivido a cidadania que, a duras penas, lhe é oferecida?


Roberta Moura

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Entre o copo e as letras




Toda intangibilidade desse sentimento
Sofro as aparentes traições
Qualquer coisa que nos toque
Qualquer medo que nos tanja
Tomo uma dose de Whisky para espantar
Um gole a mais de coragem para esquecer
Meus dias tem sido todos assim
Espantar, sobreviver, coragem, beber, comer...
O amor exige de mim um tanto de paciência q não sei como sempre tenho para dar
Oferto com tanto zelo, que não me vale custas
Percebo o contumaz importante é sempre ter para doar
No fim, percebo que devaneei-te “gerundiando”: amando, esperando, cantando, chamando...
E mesmo sem querer atrapalhar, a saudade me fez correr atrás mais uma vez
Só para dizer que TE AMO
Faço música, poesia, amor e dinheiro a qualquer hora
Na verdade, tenho descoberto que sou um bom partido
O problema é que para isso preciso estar inteiro
Por inteira, completa
Tomo mais um café expresso
Adentro em outro plano, tento espantar os sinais de cansaço, de ter acordado tão sedo, de correr mais de mil léguas a sua procura
Deixo cair o café na xícara, que maquinalmente de distribui, mas que não torna minha carne tão quente quanto preciso
E eu sinto o gosto, o aroma, o sangue quente que corre em minhas veias mais calibrosas
Peço a ele que não vá embora
Que não me deixe sozinha com essa pequena noite líquida e cheirosa que escorrega da xícara para minha boca
Ou que volte logo, se assim a necessidade chamar
Que não esqueça o quanto o-amo
Que prezo pelas verdades trazidas em nossos corações
Pela nossa segurança, pelo nosso dialecto, por nossa identidade
Noto que de nada vale tanto grito e gemido, porque mais uma vez, trocamos a conversa por essas linhas escritas por tinta preta em papel reciclado
Mais uma vez estou acompanhada exclusivamente por minhas letras e um utensílio cilíndrico com utilidade de recipiente, feito de vidro, que aniquila minha sede, que me enche de qualquer coisa, e me livra do que quer me matar
Pelo menos sei que, esses sim, nunca irão me abandonar



Roberta Moura


terça-feira, 5 de abril de 2011

Sim, nós fazemos política!

 


Uma conversa puxa a outra, na beira do mar do atlântico, mais curiosos que estudiosos, mais militantes que bajuladores
Sento meu corpo para descansar
É, meu caro e doce irmão, dias difíceis virão
Em pensar que o que era marolinha viro um tsunami
Vivemos em uma sociedade de poetas mortos, prostrados sob a óptica do fascismo capitalista, da maquiagem do sistema
Nem me conte os seus problemas, pensemos juntos em soluções!
E quando a pergunta é essa, a resposta para todos os problemas é EDUCAÇÃO!
Uma sociedade só evolui quando podemos vislumbrar os traços do iluminismo cultural sendo valorizados
Entretanto, vivemos em um país de cegos!
Observamos as brigas e arranca rabos por um cargo político, onde na verdade, atracam-se para ver quem se vende mais rápido, quem mais prontamente troca seu voto por uma promessa de emprego
Nenhum deles possui idoneidade para desenvolver conosco essa conversa, todos estão na corda bamba da corrupção, uns mais perceptivelmente que outros
Todos encarcerados nos vícios da politicagem
Sem perceber, que tudo se repete, que o novo volta a ser o que era antigamente
Nem lembraram da passagem de “aniversário” do golpe militar
Não recordaram da celebre frase de Ernesto Geisel, no anseio de que o bolo crescesse para que depois fosse repartido
Com a devida vênia ao de cujus, tenho certeza de que sempre entendi mais de gastronomia que ele , e colocando cada coisa em seu lugar, é indiscutível que o fermento da sociedade são os trabalhadores, que do seu labor faz crescer o fruto para o sustento de todos
Hoje em dia, a politicagem comunga golpes bem mais mirabolantes e escrachados
Acusações, CPI’S, Polícia Federal na cola...
... Tenho certeza que podemos fazer uma política mais funcional!
Ou melhor, já fazemos!
Na premissa de que querer já é ter a metade, o problema não é o não ter, mas o não querer
Esse papo de que, sobre Religião, futebol e política não se discute é uma verdadeira balela
Nós precisamos controverter, discutir, quando falamos em política, já à estamos realizando, já estamos esclarecendo, exercitanto, quando tocamos nas nossas dificuldades e possíveis soluções
Precisamos perder o medo e dizer: -Sim, nós fazemos política!
Quando sentamos para bater papo e, muitas vezes, discutir sobre o tema, já estamos buscando algo de melhor para todos
A verdadeira política é aquela que emana do povo, de seus anseios, das suas necessidades
Esse sim, é o seu verdadeiro sentido!
O pensamento coletivo de que tudo vai dar certo, o passo para frente
Discutir, realizar, iluminar!



Roberta Moura


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Apenas palavras





Me segue com teus instintos de luz e sedução
Te cobrirei de eternidade, à luz do meu eterno amor, da minha insana paixão
Te garantirei flores e estrela aos pés
Do teu mar amansarei as ondas
Do teu corpo eu quero o cheiro
Plausíveis e fáticas explicações
De quer ou mal querer?
Ainda somos criança nesse desmesurado mar do amor
Fingimos ser soberanos
Tocamos o barco do cotidiano
Sem perceber a riquezas de detalhes de um olhar as espreitas
Entre o poder e o querer
Entre a aspiração e a realização
Apenas uma palavra de liame
Somente o Querer!
Palavras trocadas, escritas, vividas, chocadas
Juradas, caídas, quebradas
Palavras são só palavras
E quem ama falha sim, quem nunca falha é o amor
Quando se trata de amor, elas são só palavras
Troco-as por qualquer coisa que me engane o estômago
Troco por um único flerte, por um olhar, por um aceno, pela disponibilidade de deixar-se amar
Embora eu seja mais complicação que solução, sou a única confiança desse teu mar de emoções
Apesar de ainda gastar meu tempo na tentativa de querer explicar o que parece um binômio imperfeito
Conquanto pareça confusa, sou a única certeza desse teu coração
Meu amor é um palácio, perdido na favela que é a falta de compreensão


Roberta Moura