Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sou da arte



Verbalizando a vida
Liberando os pulmões, abrindo os átrios
Não há nada que não possamos aprender
Somos sempre mais do que imaginamos
Somos sempre mais vida, mais verdades que mentiras
Somos pedaços de sonhos espalhados no mundo dos fatos
Somos fato e veridicidade, até mesmo nos aleives diários
Cantamos sonhos e fechamos os olhos para soltar algumas palavras
Fazemos sucesso entre a vizinhança, somos notoriamente diferentes
Cuspimos fogo, desejo e letras
Não confiamos em ninguém com mais de trinta e dois dentes
Fazemos todos nos olhar, nos notar, até mesmo quando vivemos do nosso próprio introspectivismo
Mentimos tão somente para quem nos quer acreditar que é por parábola
Somos artistas
Não somos nós que corremos atrás do sucesso, mas ele que nos persegue diuturnamente
Vivemos de momentos, os quais podem ser eternos, duradouros, mínimos, e que transformamos em únicos
Não tenho nem sete dedos nas mãos, mas levo comigo quantas alianças puder fazer
As guardo com o devido respeito, as torno excepcionais
Sou feita de amor da cabeça aos pés
Mundo bambo, repito e transformo o que escuto
E em muitos lances, não enxergo bem
Faço da minha vida um exercício diário e divino de amor
Expulsando os maus demônios, mantendo por perto os bons
Tento controlar a perversão humana que assola o meio terreno, pelo menos a que assombra o meu quintal
Largo de mão os interesses exclusos que nos rodeiam noite e dia, nessa arrebatadora “Morte e Vida Severina”
Esperando para ver o que acontece, mexendo uns pauzinhos de vez em quando, brincando de mestre
Trabalhando o querer, logo chego no ter
Sabendo que sou agente de transformações, faço acontecer antes mesmo que me pesam
O querer já é ter a metade, vejo nesse contexto que o mais difícil é escolher o que querer, decidir para onde minha flecha vai apontar
Porque, para atirar e acertar é só uma questão de tempo e treino
Carrego comigo uma perseverança tremenda, que me faz docente das minhas conquistas
Do viver eu quero tudo, verbalizar as minhas ideias, canalizar o que é existência
Faço pois, disso tudo, da minha vida, um exercício perene e conciso de respeito a convivência
Conhecendo-me, confesso que não me apego a lamentos tolos, a presságios pobres, a força no dito dos opostos
Não confundo minha sensibilidade com drama, isso é absurdo
Percebo diversas vezes que sou mais pelo público que por mim, mais pelo mundo que ainda há de vir, mais por uma história que nem sei se terá final feliz
Mais por uma ideal de amor que pelo sossego desesperado dos ávidos de desejo
Sou da Arte, logo sou de Deus
Construo diariamente o mundo que quero pra viver!



Roberta Moura

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