Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Entre o copo e as letras




Toda intangibilidade desse sentimento
Sofro as aparentes traições
Qualquer coisa que nos toque
Qualquer medo que nos tanja
Tomo uma dose de Whisky para espantar
Um gole a mais de coragem para esquecer
Meus dias tem sido todos assim
Espantar, sobreviver, coragem, beber, comer...
O amor exige de mim um tanto de paciência q não sei como sempre tenho para dar
Oferto com tanto zelo, que não me vale custas
Percebo o contumaz importante é sempre ter para doar
No fim, percebo que devaneei-te “gerundiando”: amando, esperando, cantando, chamando...
E mesmo sem querer atrapalhar, a saudade me fez correr atrás mais uma vez
Só para dizer que TE AMO
Faço música, poesia, amor e dinheiro a qualquer hora
Na verdade, tenho descoberto que sou um bom partido
O problema é que para isso preciso estar inteiro
Por inteira, completa
Tomo mais um café expresso
Adentro em outro plano, tento espantar os sinais de cansaço, de ter acordado tão sedo, de correr mais de mil léguas a sua procura
Deixo cair o café na xícara, que maquinalmente de distribui, mas que não torna minha carne tão quente quanto preciso
E eu sinto o gosto, o aroma, o sangue quente que corre em minhas veias mais calibrosas
Peço a ele que não vá embora
Que não me deixe sozinha com essa pequena noite líquida e cheirosa que escorrega da xícara para minha boca
Ou que volte logo, se assim a necessidade chamar
Que não esqueça o quanto o-amo
Que prezo pelas verdades trazidas em nossos corações
Pela nossa segurança, pelo nosso dialecto, por nossa identidade
Noto que de nada vale tanto grito e gemido, porque mais uma vez, trocamos a conversa por essas linhas escritas por tinta preta em papel reciclado
Mais uma vez estou acompanhada exclusivamente por minhas letras e um utensílio cilíndrico com utilidade de recipiente, feito de vidro, que aniquila minha sede, que me enche de qualquer coisa, e me livra do que quer me matar
Pelo menos sei que, esses sim, nunca irão me abandonar



Roberta Moura


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