Alguém me dará abrigo?
Palavras doces que me darão alegria
Alguém daqui do norte ou de qualquer lugar onde eu possa chegar num passo
Que me abrigue nos seus sonhos e que possa me responder tão somente o que eu pergunto, para que não possamos encher a boca de palavra eternas que certamente são findáveis
Tento escrever como uma forma de exorcizar o grito preso na garganta
Quanto eu calei, quando deveria ter gritado, e quanto ainda travo sentimentos reais
Fatídicos dias me assustam, cotidiano, pobre rimas fáceis de eu te amo e coisa e tal
Que pobreza é essa que encrava-se nos nossos dias de solidão a dois
Fáceis promessas de vitória que brincam no céu da minha boca, soam com frenesis dentro de mim mesma, já não posso mais diminuir-me no sentido de ser metade, quero ser o dobro
“Simbiosiar” aos quatro cantos de Pernambuco, correr desembestada nas ladeira da Sé
Voar por entre calçadas e soprar furor
Sentir-me fisicamente só, e o que à tempos sinto sentimentalmente oca
Viver mais por mim do que por você
Roberta Moura
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