Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Não nos sirva a ninguém, dê à ingenuidade adeus



Quando as palavras te faltarem e a música calar as sílabas, deixe falar a voz do coração
Quando um olhar te trazer a calma, como o único sentimento que invade duas almas, permita que essa paz tome conta da sua pequena imensidão
Permita-se, por um sorriso, uma luz, ou um par de olhos que te guie para fora da escuridão
Quando perceber que sua vida pertence a um contexto duplo, a uma outra dimensão, deixe o espaço ocupar o teu cansaço e entregue-se a essa emoção
Faz como se fosse sempre para você, tudo nesse seu jeito estúpido de ser
Faz para nós, como se não houvesse amanhã, como se ouvisse o ecoar daquela trombeta, que te quebra a testa com uma ruga atravessada, a surpresa que te toma de assalto, que te rouba a cor no ato, que te faz enrubescer  
Faz sem temer maiores surpresas, faz por mim, faz você
Quem nunca temeu que atire a primeira pedra, quem continua temendo uma tijolada no meio da fuça
Amor não se paga, não se pede, se oferece, com respeito se recebe, com dignidade é o mínimo que se pode fazer
O ínfimo que se espera é decência, porque é o condão que se deve vivenciar com quem se propõe a essa experiência
Ter quem te ofereça, quem te guarde para viver essa temporária eternidade, é um prêmio e um castigo, duas caras, duas vontades
Nem todos merecem o amor, nem todos merecem a dor
A alegria e a realidade, duas caras da mesma moeda, um fleche que segue a luz, ou a luz que na escuridão não se sente à vontade
Tem que se ter para dar
Tem que se ter para receber
Como o rio que segue caudalosamente para o mar, como eu corriqueiramente me dirijo a você
Tem que se querer para persevera, tem que se redimir para merecer
Faz sobra para os meus pensamentos, colha o vazio desse momento, o que se planta aqui e o que amanhã vai te apetecer
Não tenho o tempo nas mãos, não tenho tempo para perder, invisto cada segundo dessa imensidão nos braços de quem quer me receber
O respeito tem me ensinado um bocado sobre a vida, ainda tenho muita coisa para aprender
Mais tarde poderemos ficar a vontade, conversarmos novamente sobre a mocidade
O que foi feito não se apaga, nem mesmo uma planta roga a cura da paga por uma folha quebrada
Sou uma outra pessoa depois de cada queda, mais vivida, menos esperta, e que tem tantas outras coisas para aprender
Continuo acreditando nas pessoas, não me canso de pedir e de dar o meu perdão
Só não me peça para voltar ao nada, já caminhei tempo de mais sozinha para perpetrar nesse vão o não sei o que
Sei que o tempo não muda as pessoas, e que a essência vai se tonificando com o tempo
O nosso perfume é coisa rara, entretanto não retira determinados odores
Embora tentemos, embora arrisquemos, jamais concertaremos ou converteremos alguns pastores
Brincar de deus é um exagero, e também um sinal ridículo e claro de desespero de quem está sempre pronto para atacar, mas não sabe, nem mesmo busca encontrar o seu lugar   
Falar sobre falhas na escolha é exemplo clássico de quem não levanta da poltrona da sala para buscar seu próprio jantar
Somos todos responsáveis por nossos atos, por nossos pensamentos, por nossas faltas e na linha que divide a minha vida e a sua ninguém poderá colocar as patas
Tantas vezes eu fui mocinha, noutras, porém, fui bandida, mas sempre houve um meio termo que nunca ousei ultrapassar, o respeito é a medida
Respeito demais os meus inimigos para ser covarde com eles, ganho por meios “lícitos”
Se assim não fosse, estaria desmerecendo a briga e consequentemente minha vitória
Atrevo-me a dizer as verdades que me convém, e também a escutar as mentiras até onde me forem úteis
Conto com o dia de amanhã para me esclarecer o que me parece vitimar, aguardo como um vigia atendo a noite que corta o meu lamento, na certeza que o novo dia trará, com sua claridade, as respostas que sustenta me flutuar
Tantas vezes errei por acreditar demais, tantas vezes me atrasei dando passos para trás, busquei concertar, sem saber que o que não tem remédio,  remediado está
A cara da realidade não era a mesma que eu costumava pintar
Borrei o desenho, apaguei e arrisquei recomeçar
Descobri que retrato borrado não se reconstrói, fugiu a figura da minha mente, dolorosamente se autodestrói  
Perseguirei o meu coração na contramão dessa cansativa realidade, onde uns podem mais que outros, onde o que mais se valoriza é a aparência e a inverdade
Continuarei carregando a cruz que me cabe, descobrindo amor em alguns e em outros o tamanho da sua falsidade
Falarei do sol, o calor, do mar, do carinho e um punhado de um tanto de outras coisas que me cabem explicitar o seu valor
Terei como abre alas da minha jornada o amor, que tem me ensinado cotidianamente os diversos ângulos da sua aplicação
Que tem me conquistado lentamente, como pode, como aceita, como suporta viver no meu coração

Roberta Moura


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