Quem sou eu

Minha foto
Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O vencedor




Diz-me se assim está em paz, ta tudo certo
Chama-me nos teus sonhos, alimenta tua vontade nos meus apontamentos
Basta,
Basta?
Basta.
Crer que aguenta...
Suportar é amar demais?
Pena!
Amar demais é amar a mais
Cada vez mais
É transcender, crescer na emoção
Que é bem melhor que crescer para os lados, feito uma baleia
Esguichando sensações pelas costas
Logo que o amor adentrou em campo, o campo converteu-se em amor
Tudo virou amor, toda agonia, sofismo tolo, espaço em branco, o que antes era solidão
Não restou mais nada em mim
É suave te amar, o pesado é querer-te pra mim
Assim como fazemos com nossos bichinhos de estimação, querendo transformá-los ao nosso bel prazer
A natureza dos bichinhos é imutável, a minha e a sua também
Largo-me no abismo que é pensar e sentir
Não resolvo, também não reluto, mesmo assim sou levada pelo sentir
Se eles te falam assim, cheios de subterfúgios é para te seduzir, para não te dizer
Não é para te esclarecer, não é para o teu bem querer, mas para confundir
Porque se o mal fosse direto, de pleno, rejeitaríamos
O ânimo para lembrar, é a aspiração de esquecer
O amor não se tem na hora que se quer, não se vende, não se compra, nem se escolhe a face que vier
Ele vem, chega, senta, olha e fica
Não prometo ponta virada e prego batido, asseguro retidão de pensamentos, companheirismo para toda vida
Tenho para mim que isso é a mais pura e forte forma de amor
Dividir a única vida que se tem com mais alguém
Já me chutaram o balde dos sonhos, renegaram minha dedicação, me esvaziaram o peito, não desejaram minha aferição, atentaram sangrentamente contra mim
Que bom
Graças a Deus
Quem sempre quer troféu, submerge a honra de chorar
A luta é sempre mais importante que a vitória, por que não há maior aprendizado que a dor
E quando se vê, tudo já passou
E nada ficou
A não ser a gana de lutar mais uma vez
Apreender mais uma forma de amor
Se dedicar


Roberta Moura


3 comentários:

  1. "Quem sempre quer troféus submerge a honra de chorar"... Como crescemos quando apanhamos e acabamos por chorar...realmente há honra nisso, de fato.
    Parabéns pelo texto!!!
    Só uma pergunta, é aferição ou afeição("não desejaram minha aferição")?
    bjs...

    ResponderExcluir
  2. Amigo Danilo, é "Aferição" mesmo, de medir, em que se efetua o controle.

    ResponderExcluir
  3. Está certo, então. Uso muito o termo na minha vida profissional (aferição de pressão arterial, temperatura), mas não o consegui encaixar na linguagem poética.
    Valeu!

    ResponderExcluir