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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Uma carta para ele


Roma, Jan. 2017.

Meu caro amigo
Faz tempo que procuro um jeito de dedicar a essa a tudo isso algumas considerações
Em especial, sobre essa minha necessidade incontrolável de te contar sobre os caminhos pelos quais tenho passado
Não tem sido nada fácil, nada confortável, ter que lidar com essa sensibilidade extrema
Sabe, ninguém perguntou como estão meus dias, nem mesmo se essa tal felicidade tem me visitado
Ninguém me perguntou se estou feliz
Tenho carregado o mundo inteiro em minhas costas e essa bagagem tem pesado um tanto mais que a mim mesmo
Nada que vem de fora me tem atingido, senão a sapiência das especulações e da falta de amor próprio, além dessa sensibilidade e ansiedade extrema
Meu querido, você não tem noção do que a carência é capaz de provocar
As pessoas exigem amor e respeito vestidas de vaidade, insegurança, ciúmes e egoísmo
É realmente lamentável vislumbrar tamanha discordância entre os sentimentos
A posse, a inveja e até mesmo a falta de amor próprio, tudo isso cria uma onda de negatividade terrível, apta a consumir até mesmo as melhores intenções
A carência e a necessidade de pendurar-se em outra vida distrai o foco da realidade e acaba por deturpar o futuro
Confesso que não sei lidar com tudo tentando sustentar a razão costumeira
Quando o ser humano perde a individualidade dos seus sonhos e sentidos passa a viver na aflição, na agonia, no sufoco
Por certo há de haver maior habilidade minha no sentido de contornar tudo isso, mais que isso, há de haver empenho, por isso oro para não faltar vontade de faze-lo

Roberta Moura



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