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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

terça-feira, 20 de novembro de 2018

É de vento





Ela é toda de sol e uma pitada de lua
De balança, ela é de um certo equilíbrio tendencioso
Não se dá à toa, viaja ouvindo um som, é uma viagem cheia de bagagem
Não tem quem alcance, pode ser o maior grude e ao mesmo tempo a rainha do desapego
Bem quer, mas basta não se sentir querida para desaparecer feito névoa soprada
Ela é de dormir pouco e sonhar muito, é de realizar
Deseja como poucos, corre riscos sem medidas
Mas basta sentir o cheiro do abandono para sair do casulo e virar borboleta
Meu bem, meu bem, não deixe em modo soneca quem nasceu para modo avião
Ela é de vento, forte, mas também de calmaria
Ela é pouco mais que o suficiente, escuta mais que fala, escreve mais que lê
Observa que ela te observa, escuta porque ela te escuta, lê porque ela te enxerga
Tá passando, desfilando na tua frente, vibrando na frequência da estação que você acabou de mudar
Sem demagogia meu bem, sem tretas, ela é de entender mais que de raciocinar
Ela não é de passear na vida, é de fincar morada, de papel timbrado, assinatura e planos concretos
É de voar e de voltar, como um carcará no pulso daquele que confia, de quem confia
Não amarre seus pés, não solte seu bico, não se engane, clareia teu passo e teu terreno
Nem pense que vai se explicar, muito menos te acusar
Não a deixe voar para tão tão distante, porque ela pode não querer voltar

Roberta Moura



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