Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Umbrella



Cheiro de manjericão, braços dados
Eu poderia parar o mundo naquele instante
Sair voando pela cidade, até chegar na nova era
Pudera, pudera levar comigo seus doces beijos
Sua fragrância acentuada
Quem dera, quem dera merecesse o céu, ao menos o da sua boca
Pudesse deitar no seu colo sem pressa de sair
Chegar em casa e trancar-me no seu leito de ternura e mansidão
Há poder no amor, há cura!
Amargura não se pode ter, quem tem amor no peito para oferecer
Incompatibilidade de gênero, número e grau
Amor é um, amargura é dois, separados
Mais de trinta e dois dentes, nenhuma polegada a mais é necessária, quando de perto se tem o que precisa, sua morada é o sopro da minha brisa
Calor e fogo perene, alimentado de forno à fogão
É como ter um guarda-chuva, um para raios e ao mesmo tempo invocar todas as forças da natureza 
Canto e danço como doida, esquisita, na palma da sua mão
Conjugando o mesmo verbo de outrora, no presente, contando com essa hora
Majestade sem coroa, juvenil reinado, santo escapulário de devoção é o teu rosto, devoto sou do teu coração
Canção cantarolada pelo brunir do sono, velo teus olhos com um olhar de cão sem dono
Me deixo levar por esses momentos de completo frenesi
Assino a lista de presença do teu mais silencioso encanto
Gravo o teu nome nos meus dias
Passamos a ser uma só palavra, um nome, uma poesia
Somos nós, uma só sílaba átona, gritada pela madrugada
Justiça que tarda mais não falha, prazer em te receber, sempre leve, nunca de mãos atadas
Para ser sempre a sua cúmplice, amada, amiga, namorada

Roberta Moura



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