Foi a ultima vez que enxerguei
Que entreguei a minha alma ao abismo que é sentir
No soltar dos seus braços permiti que a minha felicidade pudesse partir
É o caos instalado, o vazio consumindo o corpo
Sentiria-me mais vivo se souber que já estou morto
A saudade me invade e me faz resisti
Como um lastro de esperança que caçoa da minha dor
O nada além do que você deixou
Golpeia os meus sonhos, me bate, me chuta
Torna-te o meu mais novo inimigo
Sigo cantando as pedras de tudo isso
Decido continuar, com o meu mais forte grunhido
Esperando o dia e a hora de você voltar
Porque o meu brado é retumbante
Latente e vivo é o meu instante
Sou mais carne do que gostaria
Sou mais sonhos vividos que agonia
Não me confundo tanto assim não
A certeza de hoje é a mesma que a tempos conhecia
Faço mais do que falo, disfarço e calo quando é preciso
Prefiro o cheiro no manjericão fresco que o perfume falsificado, pura fantasia
Me acudo, me permito, me dedico
Sou mais para o bem que para o mal, embora por vezes me sinta um animal
As vezes me perco, me encosto, debruço no desespero, mas não me acostumo no erro
Tento outra vez
Roberta Moura
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