Dormiu de boca aberta...
E eu rezo por ela, todos os dias enquanto respirar
Virada para o lado esquerdo, ou voltada contra qualquer corpo que tente agarrar
Dorme de quina para a lua
Parece que tô vendo, uma perna esticada e outra em 45 graus
Travesseiro e cama, pequena ou grande, ereto ou de banda, me encolho inteiro para ela se espalhar
Suando o cangote, mesmo com o ventilador ligado
Acorda com reclamação, o calor tá demais, sopra o pescoço que o vento é pouco
Eu caio nesse laço, exatamente do mesmo jeito
Com toda a liberdade, como quem pula em um precipício
Como quem sabe onde tudo isso vai dar, mas sem qualquer receio de se estabanar
Vai seguindo o fluxo sanguíneo, dos conexos neurais, hormonais, instintivos
Como um amor que ama mais que tudo, daquele do qual se falou outro dia para uma amiga
Desses que não são daqueles
Que é preciso tempo para maturar, para apurar, para se concretizar
Do nosso estranho e único modo de ser, nosso jeito único de ser exclusivamente nosso
Roberta Moura
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