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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Oração pela orbe real





Pegue na minha cintura, me tome como o seu amparo
Tenha minha sombra como o seu guia, faça as pazes comigo
Minha lápide, meu suor e meus desejos, meros partícipes do acaso que é nossa história
Tudo ratificado e assinado com um beijo
Venha comigo onde for, para a escola, ao jardim do Éden, para o nosso planeta que se chama amor
Tomara que chova hoje a noite, que o tempo e seja nosso cúmplice para o conclave
Que minha solidão não tome os seus dias, que o nosso sentido esteja sempre mais a vontade, cheia de alegria
No bailar das coisas triste, derrubei o meu ego burro e inconveniente
Tantas vezes cuspi no prato que comi e amolei os meus dentes
E tudo mais ficou para trás, toda a dor, todo o nunca e os diversos jamais
Sou o fruto do agora com o essa hora, provo o gosto da boca da aurora
Será ela boreal? Terá ela outra igual?
Faça as malas para um mundo melhor, onde possamos viver em paz, onde alguém futuramente me chamará de vovó
Deixemos para envelhecer depois, vivamos a nossa juventude atroz, consumindo nossos dias e segundo únicos sem olhar para trás
Vem comigo, toma minhas palavras para te proteger, confia mas no que sinto do que no que idealizas para você, ensinar-te-ei a viver
O mundo é muito simples e as bobagens não me atingem
Pegue minhas mãos e me encaminhe até você, de lá para cá, de cá para lá, me mostre você
Vista-se com meu sentimento, saia, arrase na passarela do absurdo, amostre-se com a sua beleza
Que a vaidade que brota do meu amor seja o teu abrigo
Consuma o orbe real como quem destrincha um galeto, desejando o seu tempero secreto, devorando-lhe das vísceras ao peito
Seja completo desde o começo
Que somente minha poesia viva no plano das idéias, que a mansidão incorpore os teus atos, que seja de corpo inteiro, abolindo toda miséria
Faz de conta quando não der, faz o possível para que dê sempre
Conte comigo como seu mentor, seja meu mais delicioso sabor... de quer bem, de querer e fazer bem
Já não sou eu, já não ligo mais para isso, há tempos sou “nós”  
Sou eu, a anarquista que bagunça o seu jardim
Sou eu, a Mantiqueira que abraça o seu relevo
O seu desenho sou eu quem pinta, o seu paladar sou eu quem alimenta
Siga os meus passos e você vai se encontrar, a trilha é a mesma, verás a felicidade por lá
Livre-se do tédio, do por enquanto, do logo mais e corra ao meu encontro
Seremos rasgo um contínuo no cotidiano, o que todos querem ter, algo não muito diferente do que somos agora, seremos o time vencedor, sublime
Cujos jogadores serão os de sempre, eu e você


Roberta Moura


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