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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Inquietude e Exatidão




Fantasia do meu ego
Quero tudo teu
A formação do sistema solar rodeando teus olhos
Quero teu colo, que na verdade é meu
Sou teu espelho, tua vaidade, sou outro você
Quero tuas veias, o sangue que circunda as vielas do teu apetecer
Vinde ao meu auxílio, aspirar da minha devoção
Quero o teu fervor, o calor de tuas mãos
Olha nos meus olhos e te encontres por lá
Quero a tua lucidez verdadeira, a tua subida, segurar a tua escada
Não quero precisar te segurar, não te quero ver cair no chão
Quero tua luz que me irradia, quero tua volição, teu perfume, mergulhar a tua guia na minha mais forte aspiração
Ser seu pão de cada dia, seu tudo, seu descansar, sua agonia
Quero os teus sentidos mais profundos, proteger a tua casa, desenhar o teu mundo
De tanto querer as vezes preciso, não digo o que quero, as vezes repito
Onde estamos nós, dentro ou fora do abismo, imbuídos nessas lacunas de falsas informações
Seu querer me espera e de longe avista a esperança na janela
Espia com devoção a minha mais recente chegada, a volta para casa, meu sublime torrão
Meu querer é seu sossego, sua certeza mais profunda, a nuance da sua pele e meu couro reluzente, na boca o beijo mais profundo
Somos além desses problemas, somos retrógrados vivendo nesse mundo
Esperando o sol que nasce de madrugada e a nave que nos leve para o outro mundo
Construa o seu caminho de volta com as migalhas que te dei outrora, para que encontre o verdadeiro banquete que te espera, no meu peito seu amor não paga mora
Fique atento no que te digo, os sinais não mudam a história, somente o querer mais profundo é capaz de oferecer a reviravolta
Vejamos o que podemos fazer no limiar dessa velha, nova e perene fábula
Não bastaram meus ditames, não foram suficientes os meus recados, a cautela e o respeito dado
Não adianta meu requerer, minha inutilidade profanada aos quatro ventos, mensurada de forma mínima foi meu amor, jogada nas ruas lamacentas, trocado por um punhado de cochicho, eis o tamanho majorado da minha dor
Rejeite o sossego desprovido, o beijo do inimigo e um amor que se reduz a memórias
Mantenha quente o peito e nutrido o amor que te faz caminhar, que te torna invisível aos olhos do bandido, que te eterniza na história  
Vai bailarino da minha íris, desfila sua soberba no circular desenho da vinha visão, onde o ponto de partida também é chegada, onde qualquer coisa que não seja o amor é para mim pura desilusão
Seja meu prazer inquieto, meu calar mais perpétuo, minha exatidão


Roberta Moura



Um comentário:

  1. Caraca, Roberta! A partir de hj prometo que serei leitor assíduo viu? Parabéns!!!

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