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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um amor inteiro

Tela de Flávio Tavares




Um amor inteiro para dois
Dois lados da mesma face, duas medidas desiguais
Prometo não jurar
Não ofuscar o meu amor com mentiras lançadas ao eterno
Asseguro não desistir, até que o fim chegue
Serão todos convidados
Mas, ninguém sentará ao nosso lado
Macularão a nossa história, desejarão nossa vitória
Invejarão as nossas noites
Desde o último suspiro, tateio o resto de saliva em minha boca
Procuro no escuro do meu céu algo que me traga de volta a tal realidade
São tantos saltos gastos, soleira de sapato batidas no chão de calcário
Pés que se perdem nesse vazio de distância e complacência
Tempos modernos!
...Gritam aos meus ouvidos...
E tudo o que qualquer um desses deseja é um amor como o meu
Nada me acalenta ao ver o consumo demasiado de perfumes e roupas, bebidas e chocolates de quem procura um amor
Me satisfaz uma verdade bem(n)dita, um abraço apertado, ver filme na TV com os pés bem aquecidos e uma pequena porção de bom humor para adoçar o cotidiano
Frases feitas me repelem
Não suporto o clichê, as incertezas e desvios de personalidade
Quão fácil é amar, e quão difícil é essa tal procura, tal espera...
Esperar o quê?
Há sempre alguém amando e alguém querendo ser amado
Em qualquer esquina, por todos os lados
Basta olhar para dentro de si e fazer duas perguntas básicas:
O que eu tenho para dar ao meu amor?
O que eu preciso dele para ser feliz?
E ir a luta!
Muitas vezes retratamos nos outros nossas frustrações e desencontros conosco mesmo
Como podemos querer que alguém nos ame sem que para isso nós mesmos demos exemplo? Se em muito momento nós mesmos nos desconhecemos?
Amor perfeito, de novela, só dura uma edição!
Culpamos, apontamos, renegamos...
Sem saber que, enquanto em nós o amor for só visto pelo nosso lado, nada anda, nada amadurece
O amor é um verbo irregular, de conjugação bilateral, uniforme e indissolvível
Cujo conceito se escreve a cada dia, a cada momento de devoção ao ser amado
E a cada momento único como esse, percebemos que crescemos muito mais em dar que em receber 

Roberta Moura

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