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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

terça-feira, 29 de março de 2011

Princesa do Litoral




Me angustia ver teus sinais negativos
Traços de quem não te conhece
Minha Princesa, meu sublime torrão
Minha terra, meu lugar
À tempos atrás fiz uma canção para te eternizar
O tempo, os contratempos, e o cotidiano fatídico me fizeram protelar esse meu direito de te perpetuar em tons e palavras
Mas hoje, diante te tanto desencontro de informações, e em face desse terror que se instalou perante os nossos olhos, me sinto na obrigação de te acudir
Não, os rio-tintenses não vivem no lixo!
O lixo é que se espalha nessas desencontradas palavras generalizadoras
Nos vivemos entre as palmeiras imperiais, bem mais antigas que determinadas emissoras de televisão, bem mais vistosas que o sensacionalismo
Vivemos de poesia, na terra de verdadeiros heróis do cotidiano
Vivemos entre artistas e obreiros
Nas sombras das acácias
Vivemos em uma harmonia sadia e justa, até mesmo nas nossas discrepâncias políticas
Temos o mais belo e castro mar do litoral paraibano
Somos felizes por acreditar nessa terra, por crescer e vê-la despontar
Não desistimos por pouco, não reduzimos a nossa vida em generalidade
Não, nós não vivemos no lixo!
O lixo é que se espalha na televisão
Não vivemos nas enchentes que cobrem os leitos dos miseráveis enquanto dorme
Não choramos a perca dos nossos filhos para o constante declínio dos conceitos de família
Sentamos a mesa com nossos pais e filhos
Não visitamos os nossos irmãos em barracões de zinco
Somos uma enorme unidade familiar
Não nos fechamos as mudanças que certamente virão
Não atrasamos para chegar em casa na hora do pique
Batemos papo com os vizinhos na calçada
Minha casa é um verdadeiro apiário, composta de trabalhadores e manos, vivendo em verdadeira consonância
Agora me respondam: quem são os verdadeiros culpados por essa dissonância de realidades?
Comem e bebem do nosso melhor
Vivem do suor de muitos fraternos nordestinos
Nos criticam e passam as férias no nosso quintal
Nos humilham e sonham com as nossas mulheres
Consomem o que produzimos como vespas no mel
Procuram e não encontram o lastro de cultura semelhante a nossa
Não percebem que, eles sim, nos condenam a miserabilidade
Nos matam de sede, de fome...
Só não chacinam em nós o anseio vital de superar as dificuldades
Somos macambira florada na relva do sertão, persistentes, fortes feito pai de chiqueiro, feito de mulé e cabra macho sim sinhô! 
Quem nasce em Rio tinto não escolhe um lugar, nasce aqui porque é escolhido
A minha fonte de renda é o suor que escorre do rosto no fim do dia de trabalho honesto e íntegro
Somos filhos de Rio tinto, uma terra de impressionante beleza, riqueza cultural e homens e mulheres de fibra, de flores e de sonhos
Sobre tudo mais só exigimos uma coisa, RESPEITO!


Roberta Moura



Um comentário:

  1. Oi Roberta,no último dia 27 eu liguei a tv por acaso e uma reportagem mim chamava a atenção fiquei atenta e derrepente surge o nome da minha amada Rio Tinto, mas logo em seguida fiquei muito triste...Logo procurei entrar no site, do programa que exibiu tal lastimosa reportagem mas não consegui...Te conheço a muito tempo e fiquei Feliz com seu comentário a respeito da nossa Princesa...Sou brasileira ,paraibana,riotintense e nordestina de coração é só visitar meu orkut e verá as as minhas paixões...Bom Parabéns pela iniciativa...!!! bjo

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