Quem sou eu

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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011




Desconhecidos os bens de outrora
Passe para cá o que é meu
Tome no supapo o que é seu
Será que só mereço isso?
Não separam-se mais como antigamente...
Não se fazem mais famílias como aquelas...
Espero não te ver em breve
Espero que você não me espere mais para jantar
Aguardo o futuro com excitação
Muito embora, um colega me falara que...
...não se fazem mais companhias como antigamente
Como procederei nesse novo velho mundo?
O que farei nas horas vagas?
Quem lavará as minhas meias?
Com quem discutirei sobre a pia gotejando?
Não, não posso fraquejar
Lembrar já é pensar em desistir do óbvio
O fim chegou
E mesmo sabendo que todo partido é o meio, a metade
Mesmo sabendo que no fim ninguém ganha com o final
Eu quero, ou melhor, não quero mais
Para isso conto com alguém que me faça as contas
Que coloque no devido grau a minha situação
Que ridículo, ter que pedir a alguém que decifre minhas vontades, postergue o meu querer
Mãos e roupas em desalinho, seguirei por minha nova vida de solteiro
Até que desça sobre mim a lucidez
Até que a necessidade me faça pedir para voltar
Até que meus desejos me faça querer alguém para sempre de novo
Até a próxima primavera

Roberta Moura



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