Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.
Eterna guerra-fria Imbuída em palavras e gêneros Procura, cascavia os papeis de minha mente Tenta achar o que não vê Não existe amor sem sorte, mas pessoas ávidas O libertar é a conjugação sinonímia do Amar Máquina fascinante que a movimenta, sem ela nada funciona Tudo, que já era pouco se perde Inocente aquele que não conhece a dor do amor Todo amor é doloroso Como a mãe que põe no mundo através da dor Como o Deus que entrega o Filho a humanidade Todo poeta é em se a simbiose da dor Adormece no silêncio apreciativo da imortalidade Sopra solidão e atrai olhares de certas e duvidosas curiosidades Agente sempre acha... Acha que sabe de tudo Acha que já viu isso antes Mas não consegue enxergar um palmo a nossa frente Demente, pálida empáfia Não demonstre tanto, não desmorone Não faça ruir um mundo de possibilidades Suporto o zelo da entrega nos meus ombros estalidos Laxadas rugas no meu rosto me pronunciam Abano minha face com o leque do desejo Visto a roupa que me cabe, saiu para a guerra todos os dias Entre o desigual e o incomum, prefiro o diferente Não me peça nada que não possa dar Não coma o que não aguenta digerir Viva, construa, torne-se admirável Verede pelos desejados passos dos ídolos E assim, simbiosiando, vou criando calos nos meus pés, tecendo novas frases e palavras, desvirginando a noite, curtindo a madrugada Acrescentando diariamente em mim letras vivas, parceiras da falta de lucidez
Tenho procurado, curtido, sentido, falado Tenho chamado, pedido, escrito, sonhado Nada faz sentido, sentimento revel, descomprometido, isolado Amor perdido no planisfério do meu céu Quanto tempo faz, eu já nem me lembro mais Solidão à dois, separados pela história, vinculados a perdas e vitórias Quanto vale o teu sabor? Artista do meu picadeiro, compositor de uma nota só Adjetivos que se encontram ao léu, que lhe completa a incerteza Brinca no meu quintal, arranca a roupa do meu varal e me faz rimas fáceis Cospe na terra seca, voltarei antes que o céu se cure, que o dia amanheça, que seque as incertezas Quando você quiser, quando me permitir regressar Discorro palavras vãs, sugo mais que posso Chupo o sabor frutífero da maçã Aguardo Espero Procuro Escrevo E nada mais me resta E nada mais me importa ...à não ser, alguém que tenha o que digo, que me chame, que me abra a porta, que me tome pela mão, que naturalmente chame minha atenção De beleza necessária, de humor, de confiança, que traga nos olhos e na boca o escancarado sorriso de uma criança Que não tenha medo de rimar, que não se apavore se eu demorar, que saiba ler meus sinais, que não distorça minhas intenções Que me queira como mais que uma irmã, que demonstre, que exale, que não deboche das minhas inocentes tentativas de ludibriar o acaso Que venha ser feliz comigo E permita-se amar quem te ama
Na mão, a linha e a agulha Tentativa desesperada de unir as pontas, juntar o lençol que nos pertence Passa a fileira pela fresta cingida da agulha, levando consigo um intuito, um designo Costurando as casas que abriram com o tempo, limiar traçante que nos une Sutura perfeita, de quem quer curar Ziguezagueando pela avenida de seda da nossa sedução Vestindo-nos para a batalha diária de viver Despindo-nos no fim do dia, na beira do mar, esperando surgir os primeiros raios cortantes de um novo começo Fantasias e capas, fardas e botas batidas, uniformes desenformados E tudo mais que escondemos com o que nos veste Para, em fim, chegarmos em casa, libertarmo-nos do mal primário pecador Desde o Jardim do Éden, não somos mais os mesmos Posso arrancar de você o que te persegue, carregado lastro de perversidade Tirar-lhe a roupa, grelhar um frango, vestir teus pés de meias quentes, fazer-lhe as vontades Passaremos a vida tecendo uma enorme colcha de retalhos feita de memórias Pedaços do que somos, dos nossos sonhos, nossos anseios Colar enormes tiras coloridas, deixando nosso cheiro, pintando borboletas Não cederemos se à caso a linha romper, como já fizemos antes, emendaremos e recomeçaremos todo o processo de novo Não puxamos o traço horizontal pelas extremidades, unimos as pontas e aparamos as arestas, nos esforçando por nossas verdades Esculpindo a mais bela obra de arte Estilha do nosso amor a vontade Sem cobranças, sem limites traçados, sem regras a serem derrubadas Não contamos o que ganhei, quem empatou ou o que você perdeu Sabemos que somos muitas coisas, tudo isso E que você tem um amor para a vida inteira, esse amor sou eu
Tentarei não tocar Não prometer Tentar acertar Não viver para isso, soltar suas mãos, te largar Tentarei cuidar mais de mim que de você Não tecer minhas confissões Tentarei ser só um, um ser normal Não te assustar, largar meus desejos, não buscar Tentarei falar de mim sem que para isso gaste você Não lhe cobrarei um vintém de vida Tentarei não observar seus sinais, sei que isso te fará bem e mal não me fará Não escreverei cartas de amor nem folhearei os jornais Tentarei não sufocar, não perguntar o que não devo saber Nem mesmo continuarei dizendo o de sempre Tentarei não me entregar tanto, te encher de "eu te amo" Nem cruzar as ruas onde você costuma passar Tentarei não frustrar seus ouvidos, pedindo palavras que você nunca poderá me falar Nem mesmo vestir-me de festa, nem sonhar com você Tentarei deixar você livre, como sempre você quis e fingiu ser Não comentarei os seus limites, nem expor-los irei Tentarei não fraquejar, seguir meu rumo, não te procurar Não dormir seus sonhos, não mais te ligar Tentarei não me enxergar na tua estrada, fingir que sou um nada, te alunar Não ser nem em sonhos sua namorada, não estar mais lá Tentarei cantar um novo canto, secar o pranto, sair deste lugar, parar de jogar Não te levarei comigo nessa viagem, nem terei no teu peito o meu abrigo, esse amor que você não tem para dar Não jurarei, não pensarei, não escreverei, não cantarei, não esperarei, não protegerei... Só mentirei um pouquinho, até me acostumar
Tomo café da manhã com as letras Na verdade, elas me acompanham noite e dia Latejando em minha mente fértil Peço expresso e brusquetas com azeite Elas me pedem as mãos Hábeis e decifráveis, traço linhas que me levam ao eunuco do meu existir Viso de plano o amor, daquele que queria deslembrar Cúmplices do meu amado, as letras e palavras fluem com minhas mastigadas Suprindo o barulho das torradas que passeiam em minha boca, do café descendo goela abaixo, cumprindo sua jornada Tateando as horas que ainda tenho, faço minha prece diurna Prometendo o que posso, tecendo menções futuras de amizade e dedicação Se não fosse assim, eu não seria Elas nem me procurariam Gastariam o vago dos olhares tristonhos, em busca de um algo a mais Na fila do pão, do banco, na moça que injeta combustível no carro do senhor... Passaria despercebido Não seria um amor, seria um amigo, um colega, um conhecido Namoro com você desde a primeira vez que te vi Você que não percebeu Refém desse sentimento todo, ambicionando o sossego Desenho em formas arredondadas as letras que lhe dedico Curto esse momento como quem acalenta o seio amado Por algum tempo sinto sua presença aqui Entre o papel, o grafite, a inspiração, o amor e eu Surge mais um filho desse meu sentimento uterino Mãe passo a ser desses rebentos que não pertencem apenas a mim Mas a todos que comungam comigo esse bramido apaixonado Provam do limiar arriscado da sentimentalidade Superam-se, suplantam os demais Amam com todas as suas forças e querem sempre mais
Se você o ama e ele não lhe ama mais, permita-se pelo menos viver o último conselho que lhe foi dado, cuide de VOCÊ Verbalizando papéis musico a vida A queda também tem que ter algum sentido No mínimo, sentimos o sentido do efeito da gravidade Olhando para o espelho, você gosta do que vê Aqui, do lado de fora, é só silêncio e contemplação Tudo isso vai cair um dia Talvez “um dia” chegue cedo demais Não esqueça que estarei aqui, para sustentar enquanto for possível Enquanto meus braços suportarem o peso do seu coração Bem aqui Do seu lado direito Do lado quentinho da cama Junto da parede Esperando você se chegar Abra a janela e tente enxergar o mais distante possível, sem esquecer quem está do seu lado Normalmente esse transtorno me pertence Quase na totalidade do tempo eu que o pertenço Somos grandes demais para prendermo-nos nas jaulas das paixões Matrimônios frustrados, falsas confissões Pretendo ler mais sobre o amor, conceitua-lo, pratica-lo Dedicarei mais tempo a nós dois, e menos ao teu passado Te ver é como estar perto ao ponto de poder tatear a ternura E ao chegar mais perto, percebe-la nuvem Sair cabisbaixo, sem entender a fome que ainda sinto Contar nos dedos o que ainda posso fazer por você Por alguns segundos penso em colocar um anúncio no jornal No qual será escrito: Procura-se um amor para inspiração! Ao fim do devaneio, percebo que sempre compararei você com os outros demais Mas, “um dia”, nem antes nem depois da espera, na vinda desse fatídico dia A gravidade fará cair em meus braços algo tão belo e contemplativo quanto o amor que tenho para dar Desejará me ver por dentro, no espelho da sua alma Não apenas perceberá, mas compartilhará tal sentimento Gigante, vibrante, me fará forte, sem lamentos E elaboraremos juntos um novo conceito de amar
Cheia de palavras quebradas para vomitar Confusas informações tomam meu dia Agonizando no fatídico cotidiano dos mortais Querendo tudo Querendo mais Fatos e letras, excentricidade, política social, o bem e o mal... Tudo que é intenso me atrai Seduz minha essência a todo tempo Faz de mim brinquedo da sua existência Força dominante que constrói minha orbe Destrói meu peito, forte feito diamante Caço mais um bocado de sonhos Matando um leão por dia dentro de mim Esforço-me para não ser apenas mais um Um só, só um, em mais um dia, só mais um Toco a faca de dois gumes do meu querer Deslizo meus pensamentos nos tons que se propagam no ar Toro as cordas da viola que me aquece Violo o silêncio do teu olhar com um beijo Dominante, rasgo os teus pulsos aprisionados Tomo teus braços a minha volta Ao tempo que desejo repreendo Sinceridade não é luxo, não é aplicativo acessório É essencial, princípio inerente aos de boa fé “Vilipendio” esse amor necroso que golpeia diuturnamente meu peito Cadavérico Rock que componho em sua homenagem Dias melhores virão Sarcástico e bandido amor, instinto suicida da minha dor Ontem fui verdade, hoje sou metade Aprendi a amar teus defeitos como um amaDOR Falhando a todo tempo, ofertando sombra, sol, chuva, quem sabe um cata-vento Me tornando gigante em face do que carrego no peito Para torna-lo real, para que seja do seu jeito Transpirando o teu sorriso em minha alma, sentindo a precisão do teu olhar Mais pena que vive o meu amor Caço suas mão na minha cintura e não as encontro Perdidas, devem está abanando para o alto, buscando outros laços Tomo uma xícara de chá de carqueja para digerir o meu desgosto Tento, mas não consigo esquecer os traços marcantes do teu rosto
De mãos abertas Esperando que caia de cima ou para baixo Que grude o que quiser grudar Sem maiores expectativas Sem escolhas marcantes, mais para alimentar o que já existe, que para fortes mudanças na nuance De boca fechada, contemplando o fleche de lucidez que minha azia trás Sorteando um número telefônico para ligar, na perspectiva de fazer quem atender feliz De pés descalços, sandálias nas mãos, carregando nas marcas das minhas expressões lugares e histórias, todas passadas Procurando na minha palma mais um espaço para desenhar Sou desse jeito, todo meu de ser Sarcástica, vulgar, debochada, sensível, dramática, dependendo da hora, do tempo, do alguém, do lugar Absolutamente capaz de viver, e de fazer feliz quem se permita me amar Multipolar Cansada de ir, bater e voltar Escaldada Sonhadora e Voyeur, um passo de cada vez Não suportando que me digam o que fazer, que podem minhas marchas, que entravem minhas chances de chegar, o meu caminhar Deixe-me viver meu amor, meus limites ultrapassar Liberdade, clarão da minha mocidade Construir uma casa no campo, cozinhar aos domingos para um bando, fazer caridade, doar meu sangue Não se perca nas palavras, fale menos e viva mais Silenciosamente cante uma canção olhando nos meus olhos, sentindo minha respiração Ou pegue logo o beco, escolha a sua estada, esforce-se para dar certo, dedique-se a um “amor certo” Sabendo que errados somos todos nós e nossos corações bandidos Que se batem a todo tempo, mais que amigos, inimigos da solidão, da maldade Que não dominam o libido nas palavras, sem limites nas declarações Para que saber o que você quer de mim? Não me interessa Se ganho apenas com a oferta do tudo que tenho para dar Não julgue inocentes nem bandidos, faça a sua parte, fuja comigo E juntos seremos perfeitos, cada um de um jeito, completando-nos pelo avesso, nessas emoções que nos fazem flutuar Evito os dias cheios de nada, produzir é o melhor remédio Vivo diariamente na vanguarda dos meus desejos, capitulando, marcando hora para os nossos beijos acontecer Para que você acorde desse nada e venha comigo se reinventar Mesmo que surta pouco efeito, minhas tentativas atrapalhadas tendem a continuar
Quero viver com os olhos voando, mas preso em seus braços Quero voar liberto do peso de minha alma E acender tantos lumes do meu coração, quanto for preciso para que irradie ao mundo Para enfeitar o beija-flor que pousa em suas mãos Adocicando suas lembranças, seu viver, seu sonhar Nos momentos de extremas dificuldades, quaisquer que sejam, alimento uma única vontade A de nascer noutro dia Diferente do que estou vivendo Como individuo esperançoso, cheio de vida para doar Essa espera é o que nos mantém de pé, me faz sonhar acordado Vou nutrindo a possibilidade da realização destes devaneios Sei que O PAI me segura nesses momentos me fazendo levitar Como uma criança que teima em soltar as mãos da mãe para correr a sua frente, tento viver na propositura do amanhã Mas, Ele me puxa com carinho e me coloca os pés no chão Por isso, não me definho na tentativa de fugir de mim Sigo Hoje E Sempre Pois sei, ou melhor, tenho certeza que a felicidade não é deste mundo Mas, do nosso! Siga bem, confiante que sou eternamente agradecido por sua paciência Pelo companheirismo Pela fidelidade Pela cumplicidade E amizade E todas essas coisas que fazemos com a natureza dos puros de coração Por que insisto em pensar que o caminho é muito mais importante que a chegada Ela, a chegada, é sempre o ponto de partida de um novo começo Se achegue em mim, e chegue sem pressa O oceano é aqui, é ai, onde estivermos em sonhos e prosa A terra firme também, onde escolhermos viver e plantar as sementes de um novo amanhã Começamos e recomeçamos a partir do momento que percebemos que algo novo precisa encetar As nossas asas, mesmo cortadas, nos possibilitam voar Segurando-nos, agarrando-nos, odiando pelo avesso todas as incertezas da humanidade Então, pensemos e causaremos Causemos um novo início, onde o fim se perde, onde o amor prevalece Onde todos poderão dizer, sem temer, o que dizemos: EU TE AMO
Como um planeta que equilibra-se no nada, corre o amor por minhas veias, faz em mim sua morada Flutua pela minha pele, de leve, me escreve em seu corpo Permita que feche lentamente os teus olhos, pretendo ter teus sonhos em minhas mãos Contar na ponta dos dedos o que posso comprar, viver o apogeu de tua satisfação, me doar Trilho minha caminhada por ladeiras tortas e íngremes, tento me segurar em que docemente me dá a mão, quer me acompanhar Cochilo quando posso, evito o adormecer para não perder um só sorriso manso, o linear longitudinal dos teus lábios apartando-se um do outro, esperando o meu sinal Não sou risonha nem triste, ou artista, poeta de pouca estirpe, cantador que se deixa encantar Canto palavras profanas de amor e imensidão Para quem nem aparece, para quem cedo me esquece, para quem vive da minha prece, para quem quer me ver crescer Tenho trocado moedas por pão, alimentado minha ânsia e curiosidade com letras trocadas ao vento, batidas do meu coração Cabos de fibra óptica, telefone, internet, cinema Corro de pés descalço ao teu encontro, como quem não pode esperar, perder mais tempo, suicidar o amor que se faz presente desde sempre, que precisa confessar Parceira das coisas vencidas, corro contra a maré da solidão Nessas navegadas distintas, “balsa o melo” da doçura da amizade, das coisa de irmão Ele não há de abusar dos meus reclames, não faz mau juízo de mim, não me acha demasiadamente trágica, talvez, porque ele também é assim Vivo em um mundo de realidade que por vezes mais parece devaneio Sonho com a puberdade alforriada, de peito aberto, carregando em suas mãos a bandeira da liberdade, brasão da mocidade que nada teme, nada tem que temer Para mim, basta um curto e quase imperceptível gesto, enviado de longe ou de perto, com movimentos precisos de quem quer ter para se, para que venha comigo para sempre as marcas desse olhar Basta um convite mais doce, que de pronto pago o preço do castigo, do amor profundo de quem nada deve ao mundo, muito deseja e tem muito a aprender e a doar
Contesto lentamente o trabalho, raciocínio manso Surgem na mente as lembranças de quando era criança, o medo, o choro, colo aquecido da célula Mater Os dias chuvosos me deixam ainda mais nostálgica As tardes de papo para o ar, no adolescer da minha mente conturbada, ao som de Kid Abelha e Legião Urbana, de Leone e Mariza Monte, encantada com a Leitura inebriante nas palavras de Paulo Coelhos e Cecília Meireles Outro ponto fascinante? As amizades! Dessa matéria posso falar como Mestrada fosse, das mais doces as mais duras “Indecisas escolhas”, testemunha do acaso, dos desencontros, da limitação compassiva, do desejo sobrenatural, da fraqueza e da superação, mentes em construção Sou testemunha do caos da cabeça dos adolescentes, idéias em constante edificação Transe, hormônios e curiosidade a todo vapor As palavras “nunca e jamais” ainda saiam da boca Quem nunca passou por isso? Quem ainda precisa passar? Belas tardes de domingo na praça, regadas ao mais barato vinho, risadas e declarações Somente caladas pelos fins de noites dominicais, que até hoje nos consome com um misto de expectativa e lassidão Até hoje, perdidamente apaixonada pelo ser humano Juras de amor eterno, falsidade é vidro quando comparado ao diamante do amor Como quem espera o momento certo de dar um “bom dia”, aguardo essa chuva passar Com os pés gelados, buscando outro para esquentar, nos braços do amado encontro meu lar Hoje e sempre querendo muito mais do que a vida tem para me dar Sempre exigente ao amor Sempre rezo e acordo cedo, mas espero deitada o momento certo para levantar
Síndrome da folha em branco, curar-me-ei com as letras que começo a espalhar agora Respondendo a pergunta que não quer calar em mim: -SIM! Digo sim ao mundo, as crianças de pés descalços, a vida que brota logo ao lado As plantas, musgos e flores do meu jardim Sim aos garotos gordinhos que chamam minha atenção, as moças bonitas que requebram ao caminhar Ao beijo na bochecha querendo escorregar, a conversa ao telefone, a conta errada no bar Digo o mesmo para a menina que chora a pena do amor não correspondido, amanhã é outro dia, mas não perca o agora, porque o “hoje” não vai voltar Digo sim os meus amigos, ao vizinhos de longas datas, ao moço da cantina, a birosca da praça, a conversa na frente de casa, ao sarro no portão Digo sim ao amor antigo, as promessas de prego batido, a ponta virada do meu passageiro e criativo mau humor As minhas retinas cansadas de trabalhar, a cerveja gelada esquecida no fundo da caixa de verduras, a minha cozinha amada, ao café e pão com manteiga, a conversa antes de deitar Ao teu olhar que me liberta, a minha voz que exorciza, as promessas “cUmpridas” e não “cOmpridas” Ao poder de usar minhas “aspas” quando quiser Sou cheia de fases, igual a lua que me orienta, me desce para a terra, que me sustenta, sim para ela e toda a sua cobiça, vontade que me alimenta Ao computador que escrevo e não me escraviza Ao “dElatar”do meu olho na sua pupila, ao teu rubor, ao meu “escancaramento” Sim as novas experiências, ao dia de ontem, ao de hoje, a minha inocência por ainda acreditar no amor Ao perdão aceito, ao compromisso não desfeito, as coisas lindas que ainda planejamos executar A inversão das coisas trazidas pela positividade, aos sinais invertidos e revertidos, em busca do bem maior A tantas outras coisas... Mas que, nesta ocasião, não me tomam tanto quando a vontade de te beijar e te ofertar o meu SIM até quando minha vida durar
Calor de inverno Vento rasteiro e quente sopra nas minhas canelas nuas Ares de liberdade, dessa que me faz viver Deixo meu pulmão encher de ar, antes que eu encha de tudo Transpiro o calor no mormaço do corpo agregado ao meu Vivo sim, um paiol de sensações Curto o longo prazo da espera Que demora! Conto as horas na expectativa Converto tudo que vejo em sinais A chuva que corre na janela a minha esquerda, o motor silencioso do carro, o poder de vida e morte centralizado em minhas mãos Tudo é tão simples Escuto aquela canção no rádio e pronto Volto no tempo, apresso a chegada, piso mais fundo, reclama o motor As vezes sinto que minha claridade chega a ofuscar Quem não quer ver? Quem quer enxergar? Espécie escolhida para ganhar meu amor Quem foi mesmo que escolheu quem? Não fui eu, nem você, nem ninguém... Nada é tão difícil que vença esse instinto Essa certeza que assombra Sintomas de vida eterna agrego ao seu olhar Transparece no teu rosto as marcas da minha lucidez O rubor das suas maçãs ao escutar aquela canção Como quem tira a sua roupa, reluto para não colocar tudo a perder Pouca razão nós temos, muito amor cultivamos Mas, quem foi que disse que o amor e a razão combinam? Quem foi que disse isso? Seguramente, quem nunca amou assim Quem nunca sentiu as minudências de um olhar, a luz, o sopro de vida na aparição O gostinho do resto da saliva, os tiques, manias, o contato que arrepia a pele A respiração deitada na fronte do colo, suave, profunda, tênue Quem nunca pegou o celular para ligar de madrugada Quem nunca desistiu por alguns instantes, pensou mais de uma vez e voltou atrás Quem nunca pensou em jogar tudo para o ar Quem teme conhecer o arrependimento Percebo diariamente que vivo e dinfundo amor a todo tempo O-pertenço desde sempre, sempre pertencerei Meus dias são percorridos com passos lentos e precisos Por um caminho que não sei onde vai dar Mas, tenho certeza, em todo tempo, que sei quem vai me acompanhar
Entre jegues, helicopteros e caças, quem é o jumento aqui?
Dizem que o pesadelo acabou
Dizem que o bem venceu o mal
Quase todos acreditam
Chegam até a comemorar
Enquanto a grande potência bélica do mundo caminhava em círculos, o moço “barbudo” se escondia montado em um jumento entre as falésias do deserto
Pregando um Deus vingativo e ao mesmo tempo justiceiro, planejando derramamento de sangue dos “impuros” “Santa falta de tolerância”, dos dois lados, mesmo olho por olho dente por dente, pura Lei de Talião Loiros de olhos claros morreram aos montes, a procura de um só homem, como se ele fosse o culpado de todas as mazelas do mundo, como se os patrícios dos exércitos não contribuíssem com a miséria e mais derramamento de sangue Não me venham falar que a Justiça foi feita! A justiça não derrama sangue, ela impede que ele seja entornado! Ela presa pelo “entendimento”, pela “tolerância”, pela liberdade de “crença” Não me fale que o mocinho está agora sentado na casa branca com sua bronzeada bunda negra muito bem apoiada à contar vantagem sobre seus feitos Passaram-se dez anos desde o atentado das torres gêmeas, e até agora, muitas dúvidas sobre a competência de seu suposto cometimento ainda pairam no ar Passou-se uma década e ninguém conseguiu provar a materialidade de culpa do “barbudo” Tudo que se sabe são profecias cumpridas, palavras profanadas de sua boca em tons sarcásticos, cheios de ironias e parábolas Agora me dizem que tudo acabou, que a terra está mais segura Como assim tudo acabou? Tenho para mim que hoje morre um homem e nasce mais um Mártir Que suas profecias conturbadas e suas pregações servirão de exemplo para outros tantos pares de sua fé Enquanto os “ianques” eram vítimas de um ataque bárbaro tudo era apenas suposição de culpa, alguém do velho oriente haveria de pagar Agora que assumem com prazer a condição de assassinos, sim, porque é isso que se é quando se mata alguém, passam a ser, mais que nunca, alvo de futuros e totalmente previsíveis novos ataques Que o "barbudo" pagasse como homem, não como herói Nada mal para quem é o maior produtor de armas do mundo, a esperança é que essa economia volte a funcionar a todo vapor Mais de 5000 famílias perderam seus filhos no Iraque e Afeganistão O cômputo de custo benefício tem se intricado cada vez mais Quem vai pagar essa conta? Tenha a “Santa paciência”! Conta outra... Eles são os craques da fantasia, de Avatar para fenomenais perseguições e blefes acerca de sua economia nós já estamos cheios Passaram dez anos para encontrar um senhor de meia idade, em um pequeno e pobre pais, sob o qual hoje possui grande influência e só conseguiram capitula-lo agora? “Santa incompetência”! Para que vale tanto dinheiro empregado em guerra? Escorro as breves linhas mais como um simples e restrito desabafo, que um registro de tudo que penso e que vejo sobre tudo isso Sim, sei que, se depender de um simples visto de entrada para passar as férias na Disney, o mesmo será de plano negado depois desse desabafo Também, estou mais para Turma da Mônica que para Mickey, mais para feijoada que para McDonald’s, mais para Havaianas que Donna Karan Vivo no pais dos meus sonhos, o qual é governado pela minha cabeça, produz riqueza através do suor do trabalho e diverte-se com a arte latente que corre em minhas veias Essa é a minha religião, meu Brasão é a Justiça da liberdade, da igualdade e da fraternidade