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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Pés descalços a flutuar





Como um planeta que equilibra-se no nada, corre o amor por minhas veias, faz em mim sua morada
Flutua pela minha pele, de leve, me escreve em seu corpo
Permita que feche lentamente os teus olhos, pretendo ter teus sonhos em minhas mãos
Contar na ponta dos dedos o que posso comprar, viver o apogeu de tua satisfação, me doar
Trilho minha caminhada por ladeiras tortas e íngremes, tento me segurar em que docemente me dá a mão, quer me acompanhar
Cochilo quando posso, evito o adormecer para não perder um só sorriso manso, o linear longitudinal dos teus lábios apartando-se um do outro, esperando o meu sinal
Não sou risonha nem triste, ou artista, poeta de pouca estirpe, cantador que se deixa encantar
Canto palavras profanas de amor e imensidão
Para quem nem aparece, para quem cedo me esquece, para quem vive da minha prece, para quem quer me ver crescer
Tenho trocado moedas por pão, alimentado minha ânsia e curiosidade com letras trocadas ao vento, batidas do meu coração
Cabos de fibra óptica, telefone, internet, cinema
Corro de pés descalço ao teu encontro, como quem não pode esperar, perder mais tempo, suicidar o amor que se faz presente desde sempre, que precisa confessar
Parceira das coisas vencidas, corro contra a maré da solidão
Nessas navegadas distintas, “balsa o melo” da doçura da amizade, das coisa de irmão
Ele não há de abusar dos meus reclames, não faz mau juízo de mim, não me acha demasiadamente trágica, talvez, porque ele também é assim
Vivo em um mundo de realidade que por vezes mais parece devaneio
Sonho com a puberdade alforriada, de peito aberto, carregando em suas mãos a bandeira da liberdade, brasão da mocidade que nada teme, nada tem que temer
Para mim, basta um curto e quase imperceptível gesto, enviado de longe ou de perto, com movimentos precisos de quem quer ter para se, para que venha comigo para sempre as marcas desse olhar
Basta um convite mais doce, que de pronto pago o preço do castigo, do amor profundo de quem nada deve ao mundo, muito deseja e tem muito a aprender e a doar


Roberta Moura


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