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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Rimas pobres Rimas




Tenho procurado, curtido, sentido, falado
Tenho chamado, pedido, escrito, sonhado
Nada faz sentido, sentimento revel, descomprometido, isolado
Amor perdido no planisfério do meu céu
Quanto tempo faz, eu já nem me lembro mais
Solidão à dois, separados pela história, vinculados a perdas e vitórias
Quanto vale o teu sabor?
Artista do meu picadeiro, compositor de uma nota só
Adjetivos que se encontram ao léu, que lhe completa a incerteza
Brinca no meu quintal, arranca a roupa do meu varal e me faz rimas fáceis
Cospe na terra seca, voltarei antes que o céu se cure, que o dia amanheça, que seque as incertezas
Quando você quiser, quando me permitir regressar
Discorro palavras vãs, sugo mais que posso
Chupo o sabor frutífero da maçã
Aguardo
Espero
Procuro
Escrevo
E nada mais me resta
E nada mais me importa
...à não ser, alguém que tenha o que digo, que me chame, que me abra a porta, que me tome pela mão, que naturalmente chame minha atenção
De beleza necessária, de humor, de confiança, que traga nos olhos e na boca o escancarado sorriso de uma criança
Que não tenha medo de rimar, que não se apavore se eu demorar, que saiba ler meus sinais, que não distorça minhas intenções
Que me queira como mais que uma irmã, que demonstre, que exale, que não deboche das minhas inocentes tentativas de ludibriar o acaso
Que venha ser feliz comigo
E permita-se amar quem te ama

Roberta Moura

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