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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Coisa de Gente Grande


Perdoar é divino, esquecer é Alzheimer
Tentarei fazer do meu dia único
Arriscarei meu tempo no ensaio de notá-lo em sua totalidade, como realmente ele merece
Porque o passado já foi e o futuro é algo que, certamente, nunca virá
Tudo o que tenho é o agora
Isso que se chama Presente, “substantivamente”, me parece óbvio
Entretanto, na sua soma torna-se muita coisa, torna-se tudo
Torna-se o que tenho
Ao abrir dos olhos matinal devemos enxergar mais que luzes, novas oportunidades
É a premiação que se recebe por está vivo, uma nova chance de contravir limites
Apartado do ontem, o hoje é algo longe de mais do amanhã
Buscarei a perfeição, já que não posso contar muito com a tal da sorte
Falarei menos e ouvirei mais, como sugere o meu corpo, propiciando-me um par de aparelhos auditivos e apenas uma boca
Tudo que posso fazer para o futuro é jogar em campos férteis as sementes das frutas que quero comer, para que possam crescer com o passar do tempo
Ascendo um tijolo por dia na edificação do meu palácio, sento a mesa e converso com os demais operários, troco experiências, mudo conceitos e roupa a qualquer hora
Não posso me ater a estabelecer PREconceitos
Vivo na culminância desse dia, consumindo tudo o que ele tem para me oferecer
Puxo um bocado de amor do bolso, arremesso no ar com a minha mão direita, tentando acertar
Os dias ficam muito mais bonitos com o colorido do amor, com a sua paciência, sua força, sua cor
Ele se parece com os meus dias, cada um com seu passar, seus passos, sua marcha, sua alegria
O amor preenche as lacunas do vazio que insiste, tantas vezes, invadir os meus momentos
Usando o conceito de igualdade de Aristóteles, arremesso o pensamento em analogia ao amor, tentarei amar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida em que se desigualem
Sou uma frase cheia de algoritmos, procurando a mais perfeita interpretação
Gramaticalmente programada e incorreta, hermeneuticamente cansada, executando mais que planejando
Na necessidade sou bruta, sorrateiramente calculista, quase sempre sarcástica, as vezes exigente, indubitavelmente pilhérica, nunca desleal
A idade e os meus dentes incisos não me permitem mentir como antes, nem possuir a total pureza de detalhes dos banguelas impúberes, coisa de gente grande
Carrego a responsabilidade que recai sobre o que cativo como verdadeira joia, mesmo que o latão ao qual dedico carinho ainda não tenha pecebido seu real valor
Minhas rugas e as marcas que brotam no meu corpo desenham em mim a estrada do tempo, de sorrisos, de agonias, dos meus mais profundos "ais", traços de uma vida inteira
“...Nem lá, nem lô...”
Vivo no eterno processo de cura, buscando meu lugar, tentando me encontrar
Nas verdades que crio e creio, com um banco do lado sempre vazio, esperando que novas descobertas venham ao meu lado sentar


Roberta Moura








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