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Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Morando nas Emoções




Caminhando pela vereda da justiça tento pendurar-me aos ensinamentos dos mais velhos
Atravesso a rua só depois de olhar, comungo com a cordialidade, tento viver no máximo minha espiritualidade
Desde menina tento equilibrar-me na minha destemperada alma de artista
Tento viver um dia de cada vez
Espremo-me em palavras e atos de candura, participo dessa evolução como agente ativo
De cara limpa e mãos hábeis, componho intenso rubor nas maçãs e rostos alheios
Embaraçados sinais de “sim, não e talvez”, entrego-me a mera probabilidade
Habito na mais esdrúxula possibilidade de felicidade que possa existir
Apego-me a esperança
Nesse dar de ombros infinito, desconcerto o musical que combóia minha jornada como fundo
Tento acompanhar o rebolado do caminhar da jovem que atrai minha curiosidade, aproximo-me assim que posso
Caminho em sua companhia, estudo seus traços típicos, ativo minha desenvoltura de assimilar
Divirto-me
Feito menino, temo os castigos divinos, alimentados pela tipicidade religiosa da minha educação
Gasto palavras e letras
Não costumo perder tempo, não perco uma noite, um dia se quer com mau humor, com rancores antigos, com malfadadas pragas rogadas
Insisto nas minhas incertezas até que elas tornem-se para mim realidade ou desmereçam minha aposta
Julgo-me insuficiente em saber, preciso de companhias inteligentes, burras, confusas e distintas, para que possa me encontrar
Cato sorrisos que muitas vezes foram atirados ao lixo, sou atraída por histórias de injustiça, embora deteste quem sucessivamente faça uso de ser vitimado
A presunção de inocência me toma e permite que a reconheça de longe
Como quem quer ajeitar, acolho o Réu até que ele seja idoneamente condenado culpado, cumprido o devido processo legal
Pago a pena de viver sendo inteira, sem "meiar" as considerações, sem ser pela metade em sentimentos e atos
Faço diuturnamente o que quero, sempre o que preciso e certas vezes me enxergo cometendo o impossível
Vivo por esses mistérios, agredindo a sanidade do mundo, compelindo sentidos e sentimentos enquanto eles couberem em minha alma
Querendo, conquistando, sendo conquistada
Morando nas emoções

Roberta Moura



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