Quem sou eu

Minha foto
Todos os dias a Arte me toma de assalto e me leva para a Vida Real. Troco palavras, vejo pessoas, vivo um dia após o outro, como se o de ontem não tivesse existido, como se o de amanhã ainda estivesse muito longe de chegar.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Quem colocou os ponteiros?




Faço o meu futuro pregada ao meu passado, planejando um novo estado de lucidez, galgando caminhos longos, alimentando o solo com meus pés descalços
Do norte à cidade grande, do leste ao velho rio do gelo
Correntes águas vermelhas em levam e me trazem, quando mais preciso era renascer
Cair é humano, levantar e divino
Sentir um abraço forte pela manhã, ainda com gosto e cheiro de cama
Comer pão assado, sentar do lado do namorado, tricotar, me faz otimizar a vida, te amar
Comentar o próximo capítulo a ser estudado por nossas histórias, juntar as palmas das mãos, medi-las, planejar, tudo isso me faz rejuvenescer
Tomo no resto do gosto do café que se aglomera o açúcar no fim da caneca, um gole de altruísmo, penso no que devo fazer, penso no que vou fazer
Escolho o dia de hoje para realizar
Amar mais, perdoar mais, caminhar mais, emagrecer, engordar... tudo mais para fazer, o amor não pode esperar
Perdoo-me em todos os aspectos, menos no que tange ao mal feitio provocado aos outros, isso eu tenho que merecer e pedir
Nas contas do meu terço procuro metade de um coração quebrado, ele range, ele pulsa ele chama o ser amado
Frio na barriga, suor nas mãos, sintomas de amor, flerte de paixão
Olhos nos olhos, lábios atentos, coração na mão, calo as incertezas profanas que me circundam, dou com juros a minha paga
Minha mãe sempre me disse: -filha, tem hora para tudo!
...Na verdade, eu só queria saber usar relógio de ponteiros
Nada contra ele, nada muito a favor
Quem colocou os ponteiros do relógio da vida?
Quem marcou a hora para ir, vir, chegar ou sair?
Quem disse que existe tempo e hora certa para o amor?
O tempo me auxilia, por mais que discutamos, que os nossos ponteiros corram em direção contrária ao meu querer, sempre atrasado
Na verdade, somos iguais, nunca paramos... eu, o tempo e o amor
Esqueço da tristeza, do meu pedaço de solidão
Assumo em mim um papel provedor, de sonhos, de luta, de justiça pelo amor
Visto minha fantasia, vivo nela noite e dia, alimento meus anseios, não tenho horas para pagar, mas tenho meios
Guia me a espera, conforta meus instintos a certeza de voltar, como quem joga consciente o bumerangue, precisamente esperando sua hora de retornar
Encontro sinais e sucesso nas mãos daquEle que me ressuscita
Procuro viver, vivo na medida dos meus sonhos
Tenho sonhado sempre menos, vivido um pouco mais
A cada passo deixo pelo ar biscoitos e alfazema, não que precise que alguém me busque, mas para saber o caminho, que me chama pelo nome desde pequena, Aquele que sempre me espera retornar
Lágrimas nos olhos de cortar cebola e peito aberto aos sete ventos
No extremo oriente do meu miocárdio
Saudade e vontade dá e passa, e volta, e fica
Minha 3x4 é preto e branca, e lilás
Corto o cabelo e as coisa mudam
Tenho na boca o gosto do teu beijo, isso me alimenta, isso me faz viver
Acordar todos os dias querendo mais da vida, mais de mim, mais de você


Roberta Moura

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário